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Campanha de cereais de Inverno foi a segunda pior em 105 anos

Condições climáticas adversas, como a seca severa e extrema, além do calor elevado, levam a quebras de produção que chegam a 30%.

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“O cenário nas culturas de Primavera não é tão negativo", diz o INE Reuters/VALENTYN OGIRENKO

A seca contribuiu para a segunda pior campanha de cereais de Inverno dos últimos 105 anos, de acordo com as previsões agrícolas, divulgadas hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

A produção de batata também foi afectada pela seca e pelas temperaturas muito elevadas, que inibiram a tuberização, verificando-se decréscimos de produtividade, bem como dificuldades de comercialização.

A colheita dos cereais de Outono/Inverno ficou concluída no final de Julho, apesar das restrições impostas à utilização de máquinas agrícolas, devido ao elevado risco de incêndio verificado entre 8 e 21 de Julho. A actual campanha deverá ser a segunda pior desde que existem registos sistemáticos, apenas superior à produção de 2012 e próxima da de 2005, que foram igualmente anos de secas extremas.

“As previsões agrícolas, em 31 de Julho, apontam para uma campanha cerealífera fortemente marcada pela seca severa a extrema que acompanhou grande parte do ciclo vegetativo dos cereais de Inverno”, apontou a autoridade estatística.

Segundo o INE, embora existam searas com produtividade e qualidade aceitáveis, a maior parte das áreas colhidas apresentam quebras de produção na ordem dos 30% no trigo mole, triticale e cevada, 25% na aveia e 15% no trigo duro e centeio.

Por outro lado, apesar da escalada dos preços dos meios de produção e da escassez de água de rega que, em muitos regadios privados, tem condicionado a frequência e dotação de rega, “o cenário nas culturas de Primavera não é tão negativo”. O INE prevê um aumento de 5% da área de milho e a manutenção da produtividade no arroz e tomate para a indústria, face ao ano anterior.

A onda de calor, cujo pico ocorreu no período de 7 a 17 de Julho, causou ainda escaldões nas árvores de fruto, principalmente nas macieiras e pereiras, e também na vinha, culturas em que se prevêem quebras de produtividade de 15%, 30% e 10%, respectivamente, face à campanha anterior.

Nas prunóideas (ameixeira, cerejeira, damasqueiro, ginjeira e pessegueiro), a produção colhida deverá ser inferior em 25% no pêssego, enquanto para a amêndoa estima-se uma produção próxima da alcançada em 2021, em resultado da entrada em produção de novas plantações.