Nas redes sociais e nas notícias, os títulos fazem alusão ao peso da cantora de forma muito particular, o que se torna conivente com a cultura snapback.
Durante a sua gravidez, a cantora natural de Barbados inspirou mulheres de todo o mundo a abraçar e celebrar o corpo que passa por uma gravidez, ao usar conjuntos de roupa ousados e sedutores, muitas vezes com a barriga à mostra, contrariando as aborrecidas e esvoançantes roupas associadas a este estado de graça. Rihanna contribuiu, sem dúvida, para a desconstrução da ideia de que há uma indumentária própria de grávida.
Agora, três meses depois de ser mãe, e embora a sua posição seja firme - recusa-se a ceder à pressão de esconder o corpo pós-gravidez e cimentar a chamada cultura snapback (o tempo em que o corpo de uma mulher "volta" à forma de pré-gravidez depois de ter um bebé), Rihanna está a ser alvo do contrário. As manchetes das notícias de que é alvo referem-se diretamente ao seu peso, criando um efeito contrário: o alvo é o seu peso, e não a sua atitude. Isto traduz-se em títulos como "Rihanna ostenta o seu peso pós-gravidez" ou Rihanna "abraça a sua forma", como exemplifica a jornalista Hafsa Lodi, num artigo em género de testemunho à Glamour inglesa. Esta é também uma forma de body shamming, que deve e pode ser cada vez mais contrariada com a normalização e aceitação de todos os tipos corpos, e tornar a questão do tempo que cada mulher leva para para voltar (ou não) a si depois de uma gravidez, finalmente uma não questão.
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A cantora está à espera do primeiro filho com o também cantor A$AP Rocky. Foi assim que o casal deu a notícia ao mundo.
À luz das novas indicações da Ordem dos Médicos, que conclui que o termo "violência obstétrica" não se aplica em Portugal, recordamos este texto que fala precisamente sobre a existência desta realidade no país.