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Kiev condena "detenção ilegal" do diretor geral da central nuclear de Zaporíjia

A Ucrânia condenou este sábado a "detenção ilegal" do diretor geral da central nuclear da Zaporijia, Igor Mourachov, que foi preso na sexta-feira pela Rússia, que controla o local, por um motivo ainda desconhecido.

Em comunicado, o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia "condena com veemência a detenção ilegal" de Igor Mourachov, diretor da maior central de energia nuclear da Europa.

A central nuclear da Zaporijia, está ocupada, desde 04 de março, por tropas russas e, nos últimos meses, tem sido atingida por bombardeamentos dos quais Kiev e Moscovo se acusam mutuamente.

A Ucrânia acusou este sábado a Rússia de ter sequestrado o diretor da central nuclear da Zaporijia, horas depois de o Presidente russo, Vladimir Putin, ter formalizado a anexação daquela região ucraniana.

A empresa estatal Energoatom, que gere as centrais nucleares ucranianas, disse que tropas russas pararam o carro de Igor Mourachov, na sexta-feira à tarde, vendaram-no e levaram-no para um local desconhecido.

"A sua detenção põe em risco a segurança da Ucrânia e da maior central nuclear da Europa", disse o presidente da Energoatom, Petro Kotin, citado pela agência norte-americana AP.

Kotin exigiu a libertação imediata de Mourachov.

A Rússia não se pronunciou ainda sobre a acusação, tal como a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), que tem técnicos na central, segundo a AP.

A Ucrânia tem quatro centrais nucleares em funcionamento, com um total de 15 reatores, seis dos quais na de Zaporijia, que está ocupada por tropas russas.

A situação na central de Zaporijia tem causado preocupação generalizada desde o início da guerra, com ucranianos e russos a acusarem-se mutuamente de ataques contra o complexo, que podem causar um desastre nuclear.

O Presidente russo, Vladimir Putin, assinou, na sexta-feira, o tratado de integração de Zaporijia na Federação Russa, juntamente com as regiões de Donetsk, Lugansk e Kherson.

A decisão seguiu-se a referendos realizados em tempo de guerra, cuja legitimidade foi rejeitada pela Ucrânia e pela comunidade internacional.

A Rússia usou o mesmo método para anexar a península ucraniana da Crimeia, em 2014.

O conflito atual na Ucrânia foi desencadeado pela invasão russa do país vizinho, em 24 de fevereiro deste ano.