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Operador espanhol terá desistido do concurso para prestar serviços de radioterapia no Algarve

A informação foi avançada pelo grupo parlamentar do PSD. Em causa estava a possibilidade de doentes oncológicos terem de se deslocar a Sevilha para fazer tratamentos.

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Os tratamentos de radioterapia no Algarve são concessionados a uma empresa privada Rui Gaudencio

A empresa espanhola Clinica Esperanza de Triana S.A., que apresentou uma proposta para prestação de serviços de tratamentos de radioterapia num concurso internacional aberto pelo Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) terá desistido.

Esta informação chegou através de um comunicado assinado pelo gabinete de imprensa dos deputados do PSD eleitos pelo Algarve. “No mesmo dia em que o Secretário de Estado Adjunto e da Saúde esteve presente em Faro, os deputados do PSD eleitos pelo Algarve tomaram conhecimento da renúncia por parte do operador espanhol que se encontrava a concurso para o Serviço de Radioterapia no Centro Hospitalar Universitário do Algarve.”

Os três deputados “congratulam-se pela decisão tomada por este operador que pretendia transferir, para Sevilha, os exames e tratamentos de radioterapia que, até agora, estavam a ser realizados no Algarve”. E dizem esperar que “os utentes tenham, novamente, acesso a cuidados de saúde próximos, sem que tal implique viagens de centenas de quilómetros”.

O PÚBLICO está a tentar obter um esclarecimento por parte do CHUA e do secretário de Estado Adjunto da Saúde António Lacerda Sales que se encontra em Faro numa visita oficial.

Pela primeira vez desde 2006 o Hospital de Faro abriu um concurso internacional para tratamento dos doentes oncológicos, na Unidade de Radioterapia do Algarve que é gerida por uma empresa privada – a Quadrantes, do grupo Joaquim Chaves. A falta de concorrência levou a que a prestação de serviços contratualizados com o Serviço Nacional de Saúde – com uma facturação anual superior a quatro milhões de euros – tenha sido efectuada ao longo de 16 anos por adjudicação directa. Nesse mesmo concurso surgiu um grupo de Sevilha a disputar a realização de cerca de 16 mil tratamentos por ano.

As propostas dos dois operadores – a Quadrantes e a empresa espanhola – foram abertas na quinta-feira da semana passada, sendo que ontem, quarta-feira, a Administração do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA) ainda não tinha recebido o relatório o júri.

Segundo apurou o PÚBLICO, as propostas tinham exactamente o mesmo valor: 4,3 milhões de euros. Decidiu-se então realizar um sorteio presenciado pelos representantes das respectivas empresas. A “sorte” recaiu a favor do grupo espanhol. Os concorrentes têm agora um prazo de dez dias para, em sede de audiência de interessados, justificarem o que consideram fazer a diferença a favor do interesse público. A decisão final, ponderados os prós e contras, caberá à administração do CHUA, que tem três meses para decidir. Contudo, fonte ligada ao processo revelou ao PÚBLICO que a escolha final poderá ser feita e anunciada ainda esta quinta-feira.