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Voltar a respirar. O regresso de Maria João Pires ao piano na Gulbenkian

Fiesta’ foi o nome escolhido para uma celebrada gravação da Orquestra Juvenil Simón Bolívar dirigida em 2008 pelo venezuelano Gustavo Dudamel. Pois foi num ambiente de pletórico festim musical que se viveu o primeiro concerto da Temporada Gulbenkian, ocasião em que a assistência ficou galvanizada pela atuação da pianista Maria João Pires (Lisboa, 1944) convocada para interpretar o Concerto nº 3 de Beethoven (op.37). O público aplaudiu longamente a pianista e também os talentosíssimos instrumentistas da NEOJIBA, a orquestra juvenil que a acompanhou com extraordinária consistência, brio e uma dose de entusiasmo que os levou a ondular no palco como se fossem uma seara ao vento. Quase parecia uma cena de luta e de insubmissão quando se viram os seus jovens punhos no ar como na ‘Terra em Transe”, do cineasta baiano Glauber Rocha!

‘O baiano não nasce, estreia’ foi o ditado popular citado pelo maestro e pianista Ricardo Castro (Vitória da Conquista, 1964) ao apresentar a orquestra. O agrupamento juvenil baiano finalizou em Lisboa a digressão por Itália, França, Dinamarca, Holanda e Bélgica, na altura das comemorações dos 200 anos do início da independência do Brasil, proclamada em 7 de setembro de 1822 no Rio de Janeiro. O acrónimo corresponde a Núcleos Estaduais de Orquestras Juvenis e Infantis da Bahia e, sob a sigla NEOJIBA, reúnem-se músicos entre os 13 e os 27 anos de idade. Muitas centenas de jovens estudam e também ensinam música a crianças e a adolescentes, numa iniciativa de democratização das artes inspirada no celebrado El Sistema. O projeto do venezuelano José António Abreu de música para todos quebrou as correntes que mantêm na precariedade milhões de jovens e teve impacto mundial na criação de orquestras juvenis em mais de 70 países. Em Portugal, a repercussão não tardou com a criação da Orquestra Geração e também com o acolhimento apoteótico da orquestra juvenil venezuelana no Coliseu dos Recreios e no Auditório Gulbenkian.

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