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Ministros latinos costuram às pressas proposta comum para a COP28

Com pouco tempo disponível, ministros do Meio Ambiente da América Latina e do Caribe reunidos no Panamá costuravam, nesta quarta-feira (25), uma proposta comum para levarem à conferência COP28 sobre mudanças climáticas, que será realizada a partir de 30 de novembro em Dubai.

Depois de meses de negociações, os ministros dos 33 países da região têm apenas algumas horas para chegar a um “documento final” a ser apresentado na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP28), pois o documento deve ser aprovado nesta quinta-feira.

A reunião ministerial faz parte da “Semana do Clima da América Latina e do Caribe”, que reúne cerca de 3.000 delegados de governos locais e nacionais, povos indígenas, sociedade civil e setor privado.

“Ao contrário de outros continentes, como a África, não fomos capazes de negociar em bloco nos fóruns climáticos globais”, reclamou a ministra colombiana do Meio Ambiente, María Susana Muhamad, em uma sessão plenária pública, enquanto seus colegas debatiam o assunto a portas fechadas.

“No Panamá, buscaremos alcançar uma voz unificada para, pelo menos, dois ou três aspectos que tenham relevância global, para que a América Latina comece a ser ouvida nas cúpulas climáticas”, declarou Muhamad à AFP.

Nesse sentido, a ministra acrescentou que, embora haja “diversidade de opiniões, especialmente em relação aos combustíveis fósseis e à questão da responsabilidade dos países em desenvolvimento, em nome de nossas populações, poderíamos tentar chegar a um consenso sobre temas como a transição para energias renováveis”, entre outros.

Por sua vez, a ministra cubana do Meio Ambiente, Elba Rosa Pérez, sugeriu “promover uma transição justa, que nos permita alcançar progressos palpáveis em um novo ciclo de cinco anos, que também fortaleça as capacidades da região”. No entanto, “nas questões climáticas, precisamos falar não apenas para o longo ou médio prazos, mas também para o prazo atual”, acrescentou, no plenário do evento.

– ‘Primeiros deslocados climáticos’ –

Na sessão plenária, a vice-ministra do Meio Ambiente do Panamá, Diana Laguna, destacou que o país “tem os primeiros deslocados climáticos” da América Latina, referindo-se a uma comunidade indígena que irá se mudar para o continente, pois vive sem água potável, nem saneamento, na pequena ilha de Cartí Sugdupu, que será devorada pelo mar dentro de alguns anos devido às mudanças climáticas.

Cartí Sugdupu é uma das 365 ilhas do arquipélago da região indígena de Guna Yala, e seus habitantes vivem da pesca, do turismo e da produção de mandioca e banana, que colhem na zona continental. O governo e a comunidade trabalham há anos em um plano para deslocar 300 famílias de Cartí Sugdupu para um terreno no continente.

– Empregos verdes –

A COP28 ocorrerá de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e abordará temas como a redução das emissões dos gases do efeito estufa, a eliminação gradual dos combustíveis fósseis, a exploração de energias renováveis e a assistência a países em desenvolvimento, entre outros.

Os debates de ontem se concentraram na juventude e foi colocado em prática na região o programa Pacto de Empregos Verdes para Jovens, lançado no ano passado em Estocolmo em nível global. A meta regional é criar 1 milhão de “empregos verdes” para os jovens nos próximos anos.

A reunião climática avança enquanto a capital panamenha e outras cidades são palco de protestos que exigem a revogação de um contrato com uma empresa canadense para operar a maior mina de cobre da América Central.

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