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Colunista condenada a indenizar advogado da família Bolsonaro ironiza o Judiciário: "se for jornalista e for ameaçada, cale-se"

Juliana Dal Piva criticou a decisão de indenizar Frederick Wassef após a divulgação de conversas deles dois. O advogado se irritou com denúncias de corrupção envolvendo Bolsonaro



247 - A jornalista Juliana Dal Piva criticou a decisão 6ª Vara Cível do Tribunal de Justiça de São Paulo, após ter condenado a colunista do portal Uol a indenizar em R$ 10 mil Frederick Wassef, advogado da família Bolsonaro. Ela havia publicado mensagens trocadas com o defensor no WhatsApp. "Se for jornalista e for ameaçada, cale-se. O Judiciário pode entender que a mensagem com a ameaça é 'ilícita' e 'privada'", escreveu a jornalista no Twitter.

A jornalista denunciou ter sido ameaçada pelo advogado após a publicação do podcast A vida secreta de Jair, que mostrou indícios do envolvimento de Jair Bolsonaro (PL) em esquema de desvio de salário de assessores do seu gabinete quando ele ocupava um mandato na Câmara dos Deputados. 

Em 2021, foram publicadas reportagens em que a jornalista obteve vários áudios. Na primeira, aparece a gravação da ex-cunhada.  A segunda gravação mostrou que um coronel do Exército, Guilherme dos Santos Hudson, ao lado do ex-PM Fabrício Queiroz, recolhia os salários dos servidores. Na terceira, a mulher de Queiroz, Márcia Aguiar, chamou Jair Bolsonaro de "01", indicando-o como chefe do esquema de roubo do dinheiro dos funcionários dos gabinetes do clã presidencial. 

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A  advogada Sheila Carvalho, do escritório Carvalho e Siqueira advogados, afirmou que recorrerá da decisão. "É muito ruim que não tenha sido enxergado pelo magistrado o dano pela ameaça sofrida pela Juliana", acrescentou.

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Declarações de Wassef

A colunista foi ameaçada pelo advogado. Entre outras declarações, Wassef mandou Juliana ir para a China. 

"Faça lá o que você faz aqui no seu trabalho, para ver o que o maravilhoso sistema político que você tanto ama faria com você. Lá na China você desapareceria e não iriam nem encontrar o seu corpo".

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Caso Queiroz

Considerado laranja do clã Bolsonaro, Fabrício Queiroz foi preso em 18 de junho de 2020 em Atibaia (SP), onde estava escondido em um imóvel que pertence a Frederick Wassef.

O ex-PM era assessor de Flávio Bolsonaro (PL-RJ) quando o atual senador ocupava um mandato na Assembleia Legislativa do Rio. Queiroz começou a ser investigado em 2018, após a identificação de uma movimentação atípica de R$ 1,2 milhão. O ex-assessor movimentou R$ 7 milhões de 2014 a 2017, de acordo com relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). 

Queiroz também depositou 21 cheques na conta de Michelle, entre 2011 a 2016, totalizando R$ 72 mil

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Em 2020, o ex-assessor foi denunciado pelo MP junto com Flávio Bolsonaro. Queiroz está solto e pretende disputar uma vaga no Congresso Nacional pelo PTB.

Se for jornalista e for ameaçada, cale-se. O Judiciário pode entender que a mensagem com a ameaça é "ilícita" e "privada".https://t.co/BYjklqK9pM

— Juliana Dal Piva (@julianadalpiva) June 10, 2022

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