O vice-presidente da República Hamilton Mourão (Republicanos) pediu à Justiça Eleitoral, nesta quinta-feira (11), que altere a autodeclaração de cor/raça de "branco" para "indígena", três dias após registrar a candidatura ao Senado pelo Rio Grande do Sul, na segunda-feira (8).
A autodeclaração registrada chamou atenção porque em 2018, quando era candidato a vice do presidente Jair Bolsonaro, Mourão havia colocado indígena. Conforme a advogada do general, Renata d'Avila Gitaí, houve um "equívoco" no registro deste ano. De acordo com a advogada, Mourão "entende que suas origens e sua cor o identificam dessa maneira, sendo um equívoco a forma como foi preenchida".
Pelas redes sociais nesta quinta, o vice-presidente se manifestou sobre o caso: "Sou descendente de índios sim, e com muito orgulho. Está estampado no meu rosto e na minha pele, independentemente de qualquer formulário burocrático".
Mas a autodeclaração racial não foi a única mudança observada no registro de 2022 comparado ao de 2018. Naquele pleito, ele aparecia na urna eletrônica como "General Mourão", e agora a patente não é mais identificada.
O patrimônio de Mourão também mudou e teve um aumento de 176,4%. Há quatro anos, ele declarou possuir R$ 414,4 mil em bens. Neste ano, a lista de bens informados ao TSE atinge a cifra de R$ 1,145 milhão, um apartamento no valor de R$ 204 mil e um veículo de R$ 61 mil. Investimentos financeiros que atualmente somam R$ 880,7 mil seriam a justificativa pelo crescimento no patrimônio do general.
Mourão deixou o PRTB, partido que foi eleito ao cargo de vice-presidente, e se filiou ao Republicanos em março deste ano. Ele decidiu concorrer pelo Rio Grande do Sul e teve o nome confirmado na convenção estadual do partido em 23 de julho. Ele é natural de Porto Alegre, capital gaúcha. O Republicanos declarou apoio à candidatura de Onyx Lorenzoni (PL), candidato de Bolsonaro ao governo do RS.
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