TIAGO MIRANDA
Ljubomir Stanisic sentiu-se mal depois de seis dias de greve de fome em frente ao Parlamento e teve de ser assistido pelo INEM e transportado para o hospital. Faz parte de um grupo de grevistas do sector da restauração e similares que protestam contra as medidas do Governo no âmbito da pandemia
Ljubomir Stanisic vai voltar à greve de fome junto dos restantes empresários que participam no protesto. Depois de se ter sentido mal e de ter sido assistido pelo INEM junto à Assembleia da República, o conhecido chefe acabou por ser levado para o hospital, de onde entretanto saiu.
“Ainda não estive com ele mas tive indicação de que já estava a caminho”, confirmou ao Expresso José Gouveia, um dos grevistas e membro do Movimento “A Pão e Água”. O próprio José Gouveia tem os níveis de glicemia (açúcar no sangue) muito baixos: esteve sob observação médica, tal como os restantes companheiros, mas todos mantêm a intenção de prosseguir com a greve “até ao fim”.
“A nível emocional, a presença da pessoas, as mensagens que nos chegam e o apoio que vamos recebendo nas redes sociais têm sido essenciais”, justifica José Gouveia.
“Estamos a pensar reunirmo-nos daqui a pouco para decidir como vamos fazer daqui para a frente”, disse ainda José Gouveia, recordando que o objetivo é serem ouvidos pelo Governo: “Não adianta um ‘remake’ de um encontro com dois secretários de Estado, como nos foi proposto. Isso já aconteceu e terminou sem qualquer desenvolvimento. É importante a presença do ministro da Economia”.
Seis dias após o início do protesto, José Gouveia deseja sobretudo poder voltar para junto do filho. “Tem 12 anos e tenho procurado preservá-lo disto tudo. Tenho mantido o contacto, passado as ideias que julgo essenciais para que entenda. Mas a minha vontade é sair daqui para o abraçar.”