Com a terceira onda a voltar em força - recordes sucessivos de novos casos e infetados, mas também com o Governo a decretar um segundo confinamento, a maioria dos inquiridos pela sondagem Expresso-SIC, realizada pelo ISCTE e ICS diz-se claramente favorável a um adiamento das eleições presidenciais.

São 57% os que respondem positivamente à questão, contra 37% de eleitores que consideram que as presidenciais devem realizar-se no domingo, como ficou previsto. As entrevistas, feitas por telefone, foram feitas até ao dia em que António Costa anunciou novas restrições ao segundo confinamento - e portanto antes de ser decretado o encerramento de todos os estabelecimentos escolares.
O adiamento das eleições presidenciais começou a ser tema da própria campanha no seu arranque, quando os números da pandemia dispararam (pouco após o ano novo). Nessa altura, o Presidente e recandidato Marcelo Rebelo de Sousa disse que tinha discutido a hipótese de um adiamento antes de marcar a data definitiva, lembrando que ninguém defendeu então (início de dezembro) um adiamento. E acrescentou que, estando já em janeiro, só uma unanimidade dos partidos e candidatos permitiria tal adiamento, dado que seria precisa uma revisão constitucional relâmpago que o formalizasse. Não houve (e agora é incerto que implicações isso terá na abstenção).
Mesmo assim, apesar de defenderem um adiamento, foram maioritários os portugueses que se manifestaram interessados na campanha eleitoral - que já estava em curso: 56% dos inquiridos afirmam estar a seguir a campanha com “muito” ou “algum” interesse, contra 44% que afirmam estar a segui-la com “pouco” ou “nenhum” interesse, explica o relatório. A margem é curta, assim como poucos são os que dizem segui-la com “muito” interesse: apenas 16%.
Este número é coincidente com o dos inquiridos que garantem ter seguido todos os debates televisivos: foram 17%, a que se juntam 37% que viram “alguns” desses debates. - o que mostra que foram mais de 50% os que os seguiram com regularidade. Mesmo assim, um em cada quatro inquiridos afirma não ter assistido a qualquer um dos debates entre os candidatos presidenciais.