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“A Rapariga da Fotografia”, na Netflix: a impensável história de uma vida interrompida

Vinte anos. Foi quanto durou a vida de Tonya Hughes, uma jovem norte-americana que vivia com o seu marido, Clarence, no estado do Oklahoma. Em abril de 1990, foi encontrada inanimada na berma da autoestrada, rodeada de produtos de mercearia que, presumivelmente, teria ido comprar. No hospital, os médicos estranharam que os seus ferimentos não correspondessem às lesões que habitualmente se encontram nas vítimas de atropelamento. Dias mais tarde, Tonya, que tinha um filho de dois anos, acabaria por morrer, vítima dessas lesões aparentemente causadas por um atropelamento que ninguém viu. Talvez porque o acidente nunca tenha existido, tal como Tonya não se chamava Tonya, nem Clarence se chamava Clarence, nem os dois eram o mais convencional dos casais — ainda que, cerca de um ano antes da morte dela, tenham oficializado a sua relação, em Nova Orleães. Realizado por Skye Borgman, que em 2017 apresentou ao mundo a inacreditável história de Jan Broberg, a criança raptada por um amigo dos pais, não uma mas duas vezes, “A Rapariga da Fotografia” volta a centrar-se num crime que acontece no seio familiar, tal como de resto boa parte dos casos de abuso de menores.

Neste documentário, são vários os motivos para se ficar estupefacto, desde a escabrosa história de vida de Tonya, que nunca se chamou Tonya, à forma acidental como a verdade se vai desvendando, numa investigação que só conhece uma conclusão parcial já depois de editado o livro “A Beautiful Child”, em 2004. Escrito pelo jornalista Matt Birbeck, foi este trabalho a despertar a curiosidade do público para o mistério da identidade da “menina da fotografia”. E seria a partir de uma pista avançada por um leitor que as autoridades chegariam ao verdadeiro nome da rapariga inteligente e bondosa que ganhou uma bolsa para estudar Engenharia Aeroespacial e acabou por conhecer a mais anónima das mortes, depois de anos de inimaginável sofrimento.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.

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