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Arquidiocese de Braga proíbe cónego de Joane de confessar crimes

A Arquidiocese de Braga proibiu o cónego Manuel Fernando Sousa e Silva, de 90 anos, acusado de abusos sexuais quando, nas décadas de 70 e 80 do século passado, confessava crianças da catequese naquela paróquia do concelho de Famalicão, de presidir a sacramentos públicos, como celebrar Missa ou confessar.

"Em sintonia com o mesmo Dicastério (Congregação para a Doutrina da Fé), em julho de 2022, foram impostas medidas disciplinares ao sacerdote em causa, a saber a necessidade de se abster de exercer publicamente o seu ministério sacerdotal e, de modo particular, a celebração pública dos Sacramentos da Eucaristia e da Reconciliação, devendo recolher-se num clima de oração, reflexão e penitência", afirma a arquidiocese de Braga, num primeiro comunicado sobre o assunto.

Neste comunicado, em que assume lentidão no processo – "Reconhecemos que não conseguimos ser mais céleres no tratamento do caso e mais eficazes no acompanhamento das vítimas, o que lamentamos" – a arquidiocese pede perdão às vítimas do sacerdote: "A Arquidiocese de Braga dirige-se, em primeiro lugar, a todas as vítimas, feridas física, emocional e espiritualmente pelos abusos sofridos, a quem com profunda tristeza e humildade pede perdão. Do mesmo modo, a Arquidiocese dirige-se às suas famílias, bem como aos agentes pastorais da Paróquia de Joane e a toda a comunidade cristã, pedindo perdão pelo sofrimento causado por estes acontecimentos".

Entretanto, a arquidiocese de Braga revela que a primeira queixa chegou à Comissão Diocesana a 21 de novembro de 2019 e que a Comissão de Proteção de Menores e Adultos Vulneráveis da Arquidiocese (CPMAV) tentou "identificar outras possíveis vítimas, mas sem sucesso".

"Dois anos mais tarde, chegou à Comissão mais uma denúncia. Ambas as vítimas foram acolhidas e acompanhadas pela CPMAV. Confrontamo-nos, agora, com o elevado número de casos relatados pela Comunicação Social", revela a arquidiocese, informando que o teor das denúncias foi enviado para Roma.

Finalmente, a Arquidiocese de Braga anuncia a criação de um serviço de escuta específico para este caso, destinado a todas as pessoas que pretendam "partilhar as suas dolorosas experiências".

"Este serviço estará disponível na Paróquia de Joane de forma presencial, sendo ainda possível recorrer ao mesmo por via telefónica ou por correio eletrónico. Os novos testemunhos que, entretanto, possam chegar à Arquidiocese poderão permitir uma leitura mais completa do caso e possivelmente justificar novos procedimentos", acrescenta.