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Cancro do pulmão cada vez mais visível em não-fumadores

Poluição assume-se como uma das principais causas da doença.
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poluiçãoJPG FOTO: Reuters

A ideia de que o cancro dos pulmões apenas aparece em fumadores crónicos encontra-se globalizada. Por este motivo, são várias as dúvidas que surgem quando se verifica que as principais vítimas da doença, atualmente, têm sido os não fumadores. A contaminação ambiental é um dos principais motivos desta nova realidade.

De acordo com um estudo apresentado, há cerca de duas semanas, no Congresso anual da Medical Society of European Oncology (ESMO22), "a exposição à poluição provoca a libertação de interleukin-1, que favorece a inflamação e faz com que as células com mutações nos genes EGFR e KRAS desenvolvam cancro em pessoas que nunca experimentaram um cigarro", explicam os investigadores, ao qual acrescentam que a exposição a partículas, com menos de 2,5 mícrones (unidade de medida), emitidas pelos motores automóveis está intrinsecamente ligada ao risco de desenvolvimento de cancro no pulmão, que tem sido responsável por cerca de 250 000 mortes, anualmente, em todo o mundo.

Segundo um estudo realizado em ratos, que contou com o financiamento do 'Cancer Research UK', foi possível concluir que existem provas suficientes que sustentam a relação entre a poluição e o número de mortalidades associadas ao cancro do pulmão. Contudo, o mecanismo celular que permite explicar esta ligação ainda não foi descoberto. Estar exposto à poluição durante um período de 3 a 5 anos é o suficiente para desenvolver cancro do pulmão.

De acordo com o diretor médico do Instituto Francis Crick, Charles Swanton, apesar de o risco de desenvolver este tipo de cancro, devido à poluição, seja inferior ao do tabaco, a verdade é que, globalmente, são mais os indivíduos que se encontram expostos à contaminação do que aqueles que fumam. Segundo o especialista, é determinante "abordar a saúde climática para melhorar a saúde humana".

Os oncologistas pedem políticas que permitam diminuir emissões, estabeleçam os valores de risco e permitam melhorar a qualidade do ar.

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