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Cristian entrega um “convite para praticar a alteridade”. É “Ó — Um Dispositivo de Dança”

Quantos significados contém um gesto? Por exemplo: olhar para trás. O coreógrafo brasileiro Cristian Duarte partiu do mito de Orfeu, e desse instante de desconfiança que o fez olhar para trás – quebrando o pacto com o deus dos mortos, Hades, que trouxe a sua amada Eurídice à vida —, para criar a peça “Ó — Um Dispositivo de Dança”, um espetáculo de dança, para dois intérpretes, que convida o público a envolver-se, porque é também um dispositivo para a prática da empatia.

Cristian Duarte já coreografou para companhias como a Transitions Dance Company (Laban Center, Londres) ou Cullberg Ballet (de Estocolmo). Tem proposto olhares desafiantes sobre a arte e sobre o mundo, em peças como “The Hot One Hundred Choreographers” (2011), numa reapropriação para dança da obra que celebrizou o pintor britânico Peter Davies “The Hot 100” (de 1997) — com a pintura em jeito de quadro colorido onde elenca os 100 maiores artistas plásticos, trasladada do universo da música pop, do mítico top ‘Hot 100’ da revista “Billboard”, iniciado em 1958. Mas se o espírito crítico e inventivo de Cristian Duarte se expressa em peças de dança, onde exibe as suas qualidades de bailarino, por outro lado, Cristian tem um extenso trabalho, também crítico, sobre os formatos e dispositivos de dança, criando contextos e obras em que a relação entre performers e espectadores se intensifica na partilha de um momento que é gerado pela dinâmica criada entre ambos. “Ó” faz parte desta categoria, uma peça de dança que Cristian apresenta como “convite para praticar a alteridade”.

Este é um artigo do semanário Expresso. Clique AQUI para continuar a ler.

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