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IL e BE consideram que Governo está a favorecer empresas ao estudar hipótese de Santarém

Catarina Martins acusa Governo de dar “grande prenda à multinacional” Vinci, e Cotrim de Figueiredo suspeita que estudo deste cenário é “uma forma de retribuir o apoio generoso dos accionistas” da Barraqueiro ao PS.

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O Governo admite que o novo aeroporto de Lisboa possa ficar em Santarém PEDRO NUNES

Os líderes da Iniciativa Liberal (IL) e do Bloco de Esquerda consideram que o estudo de Santarém como possível futura localização do novo aeroporto de Lisboa vai favorece empresas privadas, respectivamente a Barraqueiro, que projecta um aeroporto privado para aquela cidade da lezíria, ou a Vinci, a multinacional francesa que comprou os aeroportos na altura do Governo de direita.

Em Viseu, durante as Rotas Liberais que a IL está a promover este fim-de-semana, João Cotrim de Figueiredo criticou as negociações do PS e PSD sobre o novo aeroporto, acusando-os de tomarem conta do aparelho do Estado e questionando a alternativa de Santarém. “Parece que os dois partidos do costume decidem os destinos do país entre quatro anos, entre quatro paredes, como se fossem donos do país. Não são. São donos apenas da responsabilidade do país estar no estado em que está”, acusou.

Reagindo ao anúncio de criação de uma comissão técnica independente para estudar a localização do novo aeroporto, o líder da IL sustentou que os dois principais “nem souberam dizer quais são as opções de localização que esta comissão técnica independente irá analisar. Dizem apenas que Santarém será uma delas e eu pergunto exactamente porquê”, questionou.

No seu entender, há duas hipóteses, uma é que “Santarém está a mais de 75 quilómetros de Lisboa, ou pelo menos do aeroporto de Lisboa, e pode estar fora daquilo que é o exclusivo aeroportuário atribuído à ANA” e será um dos motivos. A outra é que a opção seja “uma forma de retribuir o apoio generoso dos accionistas do grupo Barraqueiro ao PS. Eu gostava de saber qual dos dois motivos é que trouxe a opção Santarém, mais ou menos do nada, para a mesa”, afirmou.

Este responsável político assumiu que “isto não é uma declaração de suspeições” e acrescentou que se “mais uma vez” se vai “formar uma comissão técnica independente para estudar e decidir uma localização que se faça depressa”.

Já a líder do Bloco de Esquerda (BE), Catarina Martins, acusou este sábado o Governo de usar estudos para o novo aeroporto como “manobras” para uma “grande prenda à multinacional” francesa que comprou os aeroportos na altura do Governo de direita.

O Governo “agora diz que vai estudar outra vez, o que na verdade já está estudado, e todas estas manobras são, sobretudo, uma grande prenda à multinacional que comprou os aeroportos portugueses ainda no tempo do Governo do PSD e CDS-PP”, acusou. “Já se sabe, já há soluções, já houve estudos, enfim, é só atrasar mais porque a Vinci não quer gastar dinheiro”, apontou Catarina Martins, à margem de uma visita a Viseu no âmbito do roteiro climático que o BE está a realizar.

Neste sentido, defendeu que “sempre foram estratagemas para fazer a vontade à Vinci, que foi aquela empresa francesa que acabou por ficar com os aeroportos em Portugal” o que, no seu entender, “é um erro, Portugal precisava de ter, naturalmente, uma outra visão”.

“O PS está a fazer este caminho e procura e procurará no PSD o conforto para este caminho e o PSD também sempre achou este caminho natural, sempre o defendeu”, sublinhou, defendendo que os dois maiores partidos"não querem fazer os investimentos que querem fazer no país, estão sempre à procura da solução mais barata e este adiar de tomar de decisões ou de querer tomar decisões do ponto de vista ambiental é inaceitável”, apontou.