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Iniciativa Liberal acredita que director do SNS vai “esvaziar de funções” o Ministério da Saúde

O presidente da Iniciativa Liberal (IL), João Cotrim Figueiredo, considera que o novo director do serviço Nacional de Saúde (SNS) vai “esvaziar de funções” o Ministério da Saúde, o que é motivo de preocupação.

“Desejamos sorte ao doutor Fernando Araújo. Agora, se ele desempenhar as suas competências tal como ele está a pensar desempenhá-las, vai esvaziar o Ministério da Saúde de funções. Ou temos um director executivo do SNS ou temos um ministro da Saúde”, defendeu João Cotrim Figueiredo.

O líder da IL, que iniciou este sábado em Viseu as Rotas Liberais, que o leva a visitar o distrito durante três dias, disse aos jornalistas que “não se sabe bem qual dos dois vai ficar a mais no fim deste processo e isso é algo que preocupa” o partido. “Porque a saúde dos portugueses só ficaria efectivamente resolvida se se fizesse a reforma profunda que a Iniciativa Liberal tem vindo a defender há já muito tempo”, acrescentou João Cotrim Figueiredo.

Este responsável reagia assim ao anúncio do Governo, esta sexta-feira, de Fernando Araújo para director executivo do SNS, um homem que, no seu entender, “tem um currículo que fala por si” e, por isso, “é uma boa escolha”. Neste sentido, disse que “agora falta o resto”, porque, “não há homens providenciais que num contexto de uma organização de um sistema nacional de saúde que não seja boa, que consigam fazer milagres”, apontou.

João Cotrim Figueiredo assumiu ainda que a estrutura também anunciada esta sexta-feira "é confusa" e, tal como a IL “já tinha avisado, ou ficava muito claro quais são as competências ou haverá choque de competências”. Não entre os organismos que agora foram anunciados, continuou, “mas entre aqueles que já existiam também, como a ACSS, as ARS, a própria DGS, portanto, há uma série de competências que ficam sobrepostas”.

“Aquilo que a IL avisou que ia acontecer está a acontecer. Confusão instalada na forma como o modelo está desenhado, ainda assim desejamos sorte ao doutor Fernando Araújo”, sublinhou.

Isto, acrescentou, “porque dentro de um estatuto novo do SNS há a possibilidade da instituição daquilo que se chama os sistemas locais de saúde”, onde João Cotrim Figueiredo tem esperança que o novo director executivo do SNS dê provas.

“Espero eu, [que] o doutor Fernando Araújo dê provas de que é capaz de atrair para a solução dos problemas de saúde locais, não só os prestadores de saúde públicos, mas também os prestadores de saúde privados e sociais que também operam em tantas partes do território”, assumiu.

PS e PSD agem como “donos do país"

Cotrim de Figueiredo também criticou as negociações do PS e PSD sobre o novo aeroporto, acusando-os de tomarem conta do aparelho do Estado e questionando a alternativa de Santarém. “Parece que os dois partidos do costume decidem os destinos do país entre quatro anos, entre quatro paredes, como se fossem donos do país. Não são. São donos apenas da responsabilidade do país estar no estado em que está”, acusou João Cotrim Figueiredo.

Reagindo ao anúncio de criação de uma comissão técnica independente para estudar a localização do novo aeroporto, o líder da IL sustentou que os dois principais “nem souberam dizer quais são as opções de localização que esta comissão técnica independente irá analisar. Dizem apenas que Santarém será uma delas e eu pergunto exactamente porquê”, questionou.

No seu entender, há duas hipóteses, uma é que “Santarém está a mais de 75 quilómetros de Lisboa, ou pelo menos do aeroporto de Lisboa, e pode estar fora daquilo que é o exclusivo aeroportuário atribuído à ANA” e será um dos motivos. A outra é que a opção seja “uma forma de retribuir o apoio generoso dos accionistas do grupo Barraqueiro ao PS. Eu gostava de saber qual dos dois motivos é que trouxe a opção Santarém, mais ou menos do nada, para a mesa”, afirmou.

Este responsável político assumiu que “isto não é uma declaração de suspeições” e acrescentou que se “mais uma vez” se vai “formar uma comissão técnica independente para estudar e decidir uma localização que se faça depressa”.