O que é o ADN
O ADN está presente em todas as células do corpo humano que têm núcleo, dentro dos cromossomas, e por isso pode ser recolhido no sangue, saliva, urina ou cabelos. O ADN de uma pessoa tem metade do ADN da mãe e metade do ADN do pai.
No crime desde 1984
ADN é a sigla para ácido desoxirribonucleico. A técnica da impressão genética foi desenvolvida em 1984 pelo britânico Sir Alec Jeffreys e utilizada pela primeira vez para condenar Colin Pitchfork por causa dos assassinatos de duas meninas no Reino Unido em 1983 e 1986. Alerta ao MP
Quando há um cruzamento na base de dados, o Ministério Público (MP) é avisado. Este solicita depois informação.Plataforma ajuda com desconhecidos
A base de dados de ADN também contém perfis para fins de identificação civil, embora em menor número. Algumas são de pessoas não identificadas e outras de familiares que procuram alguém.Despiste de drogas é a perícia mais frequente no LPC
Apesar de a biologia ter um papel importante no trabalho do LPC, a toxicologia é a perícia mais frequente nos cerca de 30 mil pedidos nas diferentes disciplinas. Segundo fonte do LPC, todas as substâncias que são apreendidas têm de ser analisadas para se verificar se são ou não droga e, em caso de serem, em que tabela se inserem e qual o princípio ativo. Os restantes pedidos visam outras áreas laboratoriais como balística, papiloscopia/impressões digitais, físico-química, explosivos, escrita manual, documentos e moeda, entre outros.
Base de dados de ADN tem quase 18 mil perfis
Homem, 38 anos, traficante de droga, português e condenado. Este é o retrato da maioria dos perfis que constam na base de dados de ADN, e que no início de setembro, 12 anos e sete meses após a sua criação, tinha 17 948 amostras, a grande maioria de arguidos condenados por crimes dolosos puníveis com pena igual ou superior a três anos de prisão, mesmo que tenha sido substituída. A recolha desta amostra é ordenada na sentença.
Este ano, e até julho, a base de dados permitiu encontrar coincidências entre 26 amostras genéticas recolhidas em cenários de crimes e cujo autor era desconhecido com arguidos condenados. Identificou também 12 perfis no cruzamento dos condenados com bases de dados internacionais. Desde que foi criada, em 2010, esta plataforma já permitiu 251 ligações de condenados com vestígios recolhidos pelas polícias, em território nacional, e de 247 perfis de condenados com amostras biológicas de pessoas desconhecidas a nível internacional.
Segundo Pedro Brito, coordenador do Centro Nacional de Coordenação da Base de Dados de Perfis de ADN, a plataforma tem estado a crescer. “Estamos ligados a 21 países e as perspetivas são continuar a ligar a outros países para ajudar, de forma mais célere, a investigação criminal e a identificação civil.”