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ONU alerta para avanço do Estado Islâmico apesar da perda de diversos líderes

A ONU alertou esta terça-feira sobre os importantes avanços que o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) regista em diversos países, em particular no continente africano, apesar de ter perdido numerosos líderes em operações antiterroristas.

Vladimir Voronkov, chefe do gabinete contra o terrorismo da organização, apresentou esta terça-feira no Conselho de Segurança um relatório sobre a situação do grupo 'jihadista' e assegurou que, apesar das suas "derrotas territoriais" e "perdas de liderança", permanece um importante desafio global.

Em fevereiro passado, o até então líder do EI, Abu Ibrahim al Hashimi al Qurashi, foi morto numa operação norte-americana na Síria, e vários comandantes do grupo foram abatidos ou capturados nos últimos meses em vários países.

No entanto, segundo o relatório, durante o primeiro semestre de 2022 a ameaça colocada pelo EI e seus aliados "continuou a aumentar", à semelhança do que sucedeu nos últimos anos.

Segundo indicou Voronkov, a "estrutura descentralizada" do EI permitiu-lhe continuar a operar com certa normalidade, a organizar ataques e a obter financiamento.

Apesar da sua derrota militar na Síria e Iraque, calcula-se que o grupo mobilize entre seis e 10 mil combatentes nestes dois países, e que podem deslocar-se com relativa facilidade através da fronteira comum.

A principal preocupação do relator reside no avanço do EI em várias zonas de África, em particular no oeste do continente e na região do Sahel, mas ainda em países como o Uganda, Moçambique e em vários Estados costeiros do golfo da Guiné, que até há pouco não registavam a presença de membros da organização 'jihadista'.

Outro importante foco de tensão centra-se no Afeganistão, onde a presença da filial do EI no país se expandiu no leste e nordeste do território após a tomada do poder pelos talibãs, em agosto de 2021, apesar de uma redução do número de ataques.

Outras das questões que suscita preocupação na ONU reside na crescente utilização de sistemas aéreos não tripulados (drones) por parte da organização, e que lhe permite localizar e atacar objetivos com elevado grau de precisão.

Segundo a ONU, o EI utiliza empresas de fachada para adquirir estes equipamentos e adaptá-los de imediato a um uso ofensivo, tendo em muitos casos montado dos 'drones' a partir de peças de substituição para não suscitar suspeitas.