Portugal
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Santos Silva: digno do convite da Assembleia?

Por ocasião da cimeira insular, dei comigo a comparar ambos os parlamentos e verifico que, apesar da maioria de governo nos Açores ser por um escasso deputado, o cargo de presidente da Assembleia Legislativa continua do PSD. Como deve ser e, só assim não é na Madeira, por força de chantagem do “chefe” ocupante. Se pega de moda teremos palhaçada semelhante nos Açores. O CDS - ou terá sido um homem só ? - desprezou a principal regra da democracia: representatividade proporcional à votação. Resultado: dois secretários, dois deputados e um presidente da Assembleia. Um absurdo que o voto popular deve dirimir.

Entretanto, ouvi incrédulo José Manuel Rodrigues afirmar na RTP-Madeira, com aquele novo ar e voz celestial que adotou, ter chegado “a presidente do parlamento por vontade do povo madeirense”.

Mentira descarada pois todos sabem a chantagem partidária que esteve na origem de tal auto-proclamação. Uma golpada sem igual na curta democracia regional.

Mentiu, porque o presidente da Assembleia Legislativa não é eleito pelo povo mas sim pelos deputados no início da legislatura. Quem garantiu a sua nomeação, como presidente da Assembleia, foram os deputados do PSD, ele próprio e dois deputados do CDS.

Mentiu, o que é muito feio, porque eu, que votei no PSD, não lhe dei qualquer voto para que fosse presidente da Assembleia. E, ainda bem - ou mal - que não imaginei tal possibilidade.

Um exemplo do meu repúdio, pelos actos desta mesa da Assembleia, é a presença de Augusto Santos Silva, actual presidente da Assembleia da República, na abertura desta última sessão legislativa antes do próximo ano eleitoral. Certamente convidado por José Manuel Rodrigues, obrigatoriamente teve a aprovação do PSD, o que é muito estranho perante o historial de agressividade que Santos Silva dedicou ao PSD/Madeira e a Alberto João Jardim. Há a acrescentar que o socialista será o candidato do PS a suceder a Marcelo Rebelo de Sousa.

O “mais” simpático que o “politicão” continental afirmou, foi Jardim querer dividir o país e o seu próprio partido, o PSD, além de acusar o antigo líder laranja de não ser democrata, advogar o autoritarismo e ser separatista (entre outros piropos).

Por tudo isso é esquisito o convite regional, com óbvio aplauso do PS, a Santos Silva e com a cumplicidade social democrata.

Rodrigues a querer brilhar.

Obviamente que José Manuel Rodrigues nunca foi ofendido por Santos Silva, nem sente as acusações ao PSD e a Jardim. Nem à Autonomia. Pimenta no … dos outros é refresco !

Agora que acabaram as férias nas “dachas” privadas, antes públicas, da Ilha Dourada, é tempo para corrigir condutas pessoais sem qualquer princípio ético.

Todo o mundo tem sido chamado para foto na Assembleia Legislativa. É um rodopio de vaidade pessoal, tudo aprovado pelo grupo parlamentar social democrata.