Johan Floderus foi detido em abril de 2022 pelas autoridades iranianas e está preso há mais de 500 dias na prisão de Evin, em Teerão.
O cidadão sueco, de 33 anos, é funcionário das instituições da União Europeia, disse o chefe da política externa do bloco.
Os detalhes do caso foram revelados pela primeira vez na segunda-feira pelo New York Times, que informou que Floderus era membro do Serviço Europeu para a Ação Externa (SEAE), o serviço diplomático da UE.
Na sua reação inicial, a Comissão Europeia recusou-se a identificar a pessoa, limitando-se a indicar que se tratava de um cidadão sueco que estava a ser utilizado como “peão por razões políticas” pelo governo iraniano.
Mas, na terça-feira, Josep Borrell, responsável pelo SEAE, confirmou as informações publicadas pelo jornal, afirmando que Floderus tinha sido “detido ilegalmente”.
“Quero sublinhar que eu, pessoalmente, toda a minha equipa, a todos os níveis, as instituições europeias, em estreita coordenação com as autoridades suecas, que têm a primeira responsabilidade de proteção consular, e com a sua família, temos pressionado as autoridades iranianas para que o libertem”, disse Borell aos jornalistas, enquanto participava numa reunião ministerial em Cádis, Espanha.
“Sempre que tivemos uma reunião diplomática, a todos os níveis, colocámos a questão em cima da mesa. Temos trabalhado incansavelmente pela liberdade do Sr. Floderus. E continuaremos a fazê-lo em estreito contacto com a família, respeitando a sua vontade, e certamente com o governo sueco”.
“Isto está muito presente na nossa agenda, no nosso coração, e não vamos parar até que Floderus seja libertado”, acrescentou.
De acordo com o New York Times, Floderus já tinha visitado o Irão na sua qualidade de funcionário da UE, mas encontrava-se numa viagem turística privada com amigos no dia em que foi detido.
Floderus foi acusado de “espionagem”, uma acusação que pessoas que conhecem o sueco negaram veementemente.
Em declarações ao jornal, a família declarou: “Nós, a família de Johan, estamos profundamente preocupados e desesperados. Johan foi subitamente e sem motivo privado da sua liberdade durante uma viagem de férias e está numa prisão iraniana há mais de 500 dias”.
O relatório do New York Times segue-se a uma série de episódios em que o Irão prendeu cidadãos com dupla nacionalidade, com base em acusações criminais amplamente contestadas, e só aceitou libertá-los depois de obter determinadas concessões dos governos ocidentais.
No final de maio, Olivier Vandecasteele, um trabalhador humanitário belga que tinha sido condenado a 40 anos de prisão, foi libertado no âmbito de uma troca de prisioneiros entre a Bélgica e o Irão.
As Nações Unidas descreveram a detenção e o tratamento de Vandecasteele como uma “violação flagrante do direito internacional”.