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Jovens e público moçambicano “impressionam” em ópera em Maputo

A Temporada de música clássica que celebra os 10 anos da orquestra Xiquitsi em Maputo levou à cena a opereta Orfeu nos Infernos, de Jacques Offenbach, ao público moçambicano. Numa versão em português a partir do francês original, o Scala de Maputo encheu-se para conhecer a história de Orfeu e Eurídice numa fase menos boa da sua relação numa sátira à mitologia.

Marina Pacheco, soprano portuguesa, esteve em Maputo para levar a palco esta obra e dar formação aos jovens músicos da orquestra Xiquitsi e explicou à RFI a complexidade do projecto.

“Foi escolhida uma opereta de Jacques Offenbach, que nós quisemos totalmente em português, quer o diálogo, quer as partes cantadas e que se chama ‘Orfeu nos Infernos’. Para isto tudo, o nosso projecto de três passou a ser de quatro e criámos este desafio, muito grande, porque criar uma opereta envolve cenografia, figurinos e os alunos Xiquitsi para além de tocarem e integrarem o coro, alguns também tiveram papéis de solistas. Foi absolutamente fabuloso”, afirmou a soprano.

Marina Pacheco já tinha estado em Moçambique para um outro projecto com a ópera Xiquitsi em 2018. Este projecto foi fundado por Eldevina ‘Kika’ Materula, actualmente ministra da Cultura e Turismo, e oboísta, uma figura com a qual Marina Pacheco se encontrou em Portugal, criando assim uma cumplicidade entre as duas.

Cada projecto serve não só para actuar em Moçambique, mas também, e sobretudo, ensinar os jovens da orquestra na sua formação musical, mas os ensinamentos são também para os músicos profissionais.

“A alegria destes miúdos, estamos a falar de crianças e jovens, é algo que trazemos sempre depois de trabalhar no Xiquitsi. É esta aprendizagem, achamos que vamos ensinar e efectivamente vamos dar o nosso contributo do ponto de vista de educação musical e performers, mas estes seres humanos ensinam-nos imenso”, contou.

Esta orquestra permite aos jovens progredirem e apostarem em carreiras profissionais na música, algo que poderia parecer longínquo para muitos deles. No entanto, o talento, é notório.

“Há vários alunos neste momento, que fizeram o seu processo educativo com a orquestra Xiquitsi, que estão através de bolsas a estudar na Europa. Alguns já concluíram as suas licenciaturas e são agora formadores Xiquitsi ou alguns continuam pós-licenciatura e estão a fazer carreiras muito bonitas”, declarou Marina Pacheco.