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Escritora singular e “veementemente do seu tempo”, "inspiração e exemplo": reações à morte de Ana Luísa Amaral

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, lamentou hoje a morte de Ana Luísa Amaral, uma escritora “veementemente do seu tempo”, destacando a singularidade das suas obras.

Numa nota publicada na página oficial da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que entre a primeira “poesia reunida” de Ana Luísa Amaral, publicada em 2005, e a segunda, em 2010, “tornou-se claro que nenhum roteiro da poesia portuguesa das últimas décadas ficava completo sem Ana Luísa Amaral, não pelas semelhanças com outros, mas pelas singularidades: determinada temática, determinada imagética, e uma certa toada, melódica e dissonante, tocante e irónica”.

“Escapando à homogeneidade um pouco fictícia das ‘gerações’, Ana Luísa Amaral não deixou de ser veementemente do seu tempo; diversificando os seus trabalhos, produziu uma incindível unidade”, considerou Marcelo Rebelo de Sousa.

“Para usarmos os versos de um dos seus poemas mais conhecidos, podemos dizer que o ‘excesso mais perfeito’ é aquele que abdica da soberba mas não da ambição”, acrescentou.

Lamentando “com grande pesar” a morte da escritora, o Presidente da República lembrou que, em abril, Ana Luísa Amaral foi condecorada com o grau de Comendador da Ordem de Sant’Iago da Espada e que a entrega das insígnias estava prevista para a abertura da Feira do Livro do Porto, no final deste mês, “onde seria, e será, homenageada”.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou ainda a carreira universitária da escritora, na Universidade do Porto, e a intervenção cívica, com a tese sobre Dickinson, os ensaios sobre as “Novas Cartas Portuguesas”, o “Dicionário de Crítica Feminista”, bem como “o empenhamento em causas culturais, sociais e políticas”.

António Costa: "Uma das maiores vozes da poesia portuguesa contemporânea"

O primeiro-ministro, António Costa, enalteceu hoje a poetisa Ana Luísa Amaral, que morreu na sexta-feira, como “uma das maiores vozes da poesia portuguesa contemporânea”, numa publicação na sua conta oficial no Twitter.

“Deixou-nos, demasiado cedo, Ana Luísa Amaral, uma das maiores vozes da poesia portuguesa contemporânea. Tradutora, professora de literatura e uma referência dos estudos feministas em Portugal, deixa uma extensa obra poética, onde concilia o trivial com uma elevada erudição. À sua família e amigos, expresso as minhas sinceras condolências”, lê-se na mensagem deixada por António Costa.

Pedro Adão e Silva: "Servirá de inspiração e exemplo"

O ministro da Cultura manifestou hoje “profundo pesar” pela morte da poeta Ana Luísa Amaral, descrevendo-a como “uma das vozes mais lúcidas e inteligentes da nossa literatura” e alguém que “servirá de inspiração e exemplo”.

Numa nota de pesar enviada à agência Lusa, Pedro Adão e Silva reagiu à morte da escritora, investigadora e docente universitária Ana Luísa Amaral, recentemente galardoada com o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana, que morreu na sexta-feira, aos 66 anos.

“O ministro da Cultura manifesta profundo pesar pela morte de Ana Luísa Amaral, autora de uma obra de grande valor literário, mas, também, de grande significado social e político, que celebrou, deu espaço e destaque ao património cultural construído no feminino”, lê-se na nota.

Pedro Adão e Silva recorda, ainda, Ana Luísa Amaral como “uma das vozes mais lúcidas e inteligentes da nossa literatura”.

“Alguém com um percurso que, com a poesia no centro, servirá sempre de inspiração e exemplo”, conclui.