Mulher dá à luz no mar e vídeo torna-se viral com várias críticas e discussões sobre o "parto livre"

Uma publicação da 'influencer' alemã Josy Peukert a dar à luz no mar, em fevereiro, numa praia em Nicarágua, país da América Central, que se tornou viral nas redes sociais, tem sido alvo de várias críticas e discussões sobre se este "parto livre" pode ter ou não complicações para o bebé.

No perfil do Instagram, Josy, de 27 anos, explicou que a escolha de viver o momento no mar, sem assistência médica, foi programado pela produtora e o marido, perto do local onde vivem, uma vez que já tinha passado por três partos difíceis.

A troca pelo método incomum para o nascimento de Bodhi Amor Ocean, nome que o casal deu ao filho, tinha como objetivo que Benni, o marido de Josi, fosse o único presente no parto e que não houvesse "intervenção" de profissionais de saúde. 

Numa das publicações que fez sobre o parto, registado pelo marido, a criadora de conteúdos, que recusou fazer exames durante toda a gravidez, relatou que as ondas ajudaram no ritmo das contrações para o nascimento.

"Bodhi nasceu no sol do meio-dia, quando estavam cerca de 35 graus", escreveu Josi, numa publicação da rede social, acrescentando que o casal não estava preocupado se o bebé tinha ou não frio nem se havia a possibilidade de infeções pela água.

Ao El País,

José Ramón Fernández, pediatra especializado em ginecologia do Hospital Santa Lucía de Cartagena, explicou que na praia podem ocorrer complicações tanto para a mãe como para a criança, tais como infeções, hipotermia, pneumonia, problemas respiratórios. "Em suma: tudo errado", referiu Fernández.

Segundo o especialista, "mesmo em partos que ocorrem na água em ambiente hospitalar, houve casos de pneumonia por aspiração de germes que estavam na água, seja porque a desinfeção não é feita adequadamente ou porque a mãe defeca durante o parto. Há casos de sepse e até óbitos".

No entanto, o vídeo de Josy não é o único de partos no mar que se tornou viral nas redes sociais. Dentro do conceito de "parto livre" existem outras mães que partilham a mesma prática, que é uma evolução do parto domiciliar para um parto "mais natural".

Segundo a Organização Mundial da Saúde, mais de 800 mulheres morrem em partos todos os dias no mundo e, na maioria dos casos, as mortes poderiam ter sido evitadas com os cuidados adequados.