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NOS Primavera Sound: os velhinhos Dinosaur Jr. perderam os instrumentos mas não perderam o jeito

Não são tão perenes como os Shellac no cartaz do Primavera Sound, mas esta foi já a terceira vez dos Dinosaur Jr no palco principal do Parque da Cidade do Porto, se bem nos lembramos mais ou menos à mesma hora - o fim de tarde.

Desta vez, os senhores de "You're Living All Over Me" (1987), "Bug" (1988), "Green Mind" (1991) e "Where You Been" (1993), uma das melhores sequências de álbuns de sempre da história do indie rock, tiveram um obstáculo que souberam contornar, ainda que com um permanente esgar carrancudo de J Mascis felizmente contrabalançado pela vontade indomável de Lou Barlow em dar a volta por cima - foi o também criador dos Sebadoh o porta-voz do grupo esta tarde.

Perante uma plateia que misturou cabelos tão brancos como os do vocalista (e guitar hero por excelência do indie) com alguma juventude interessada no que, nos idos dos oitentas e noventas, a nação alternativa andava a fazer, os Dinosaur Jr. tiveram de tocar com instrumentos emprestados, uma vez que viram os seus perdidos entre voos. Dano maior para Mascis, que troca de guitarra praticamente de canção para canção, tendo aqui perdido algum tempo a afiná-las. Não se pode dizer que tenha ficado sempre satisfeito.

Quem não soubesse, talvez não desconfiasse. Servidos foram autênticos 'staples' da história do rock americano dos últimos 40 anos, de 'Feel the Pain' a 'Freak Scene', passando pela obrigatória versão de 'Just Like Heaven', dos Cure, e um final hardcore punk por conta do baixista Lou Barlow, que interpretou com sangue na guelra uma versão "de uma banda obscura dos anos 80": 'Chunks', dos Last Rights. É de Barlow, de resto, uma proclamação curiosa a meio do concerto: "nós somos dos anos 80, não dos 90! Dos 80!". A antiguidade é um posto.