Confrontos, execuções e balas perdidas causaram ferimentos e óbitos desde a última sexta-feira (18). Só na sexta-feira (25), houve 17 mortes em três comunidades.
Por Eduardo Pierre, g1 Rio
Em uma semana, mais de 40 pessoas foram baleadas na Região Metropolitana do Rio — seja em confrontos, em execuções ou por balas perdidas. Até a última atualização desta reportagem, 20 delas morreram; 17 somente nesta sexta-feira (25).
O g1 compilou as ocorrências desde a tarde da sexta-feira passada (18), quando criminosos atacaram policiais no Jacarezinho.
Veja abaixo o detalhamento dia a dia.
Sexta-feira, 18: 1 ferido
Caveirões no Jacarezinho — Foto: Reprodução
Primeiro dos três dias de confrontos no Complexo do Jacarezinho, na Zona Norte do Rio. Um PM foi baleado.
A Polícia Militar disse que os ataques foram “uma tentativa de desestabilizar” as ações do governo na comunidade.
O Jacarezinho é uma das regiões contempladas pelo Cidade Integrada, programa de ocupação e ações sociais.
Sábado, 19: 2 feridos
Os ataques no Jacarezinho continuaram, e dois PMs do Batalhão de Cães foram feridos a tiros.
Domingo, 20: 1 morto e 6 feridos
Mais um dia de tiroteios no Jacarezinho. Um morador foi morto, e duas adolescentes, feridas.
No Engenho de Dentro, na Zona Norte do Rio, um dentista foi baleado por assaltantes. Pablo Torquilho se rendeu e não reagiu, mas acabou alvejado.
Em São Gonçalo, na Região Metropolitana do Rio, uma pedagoga foi baleada ao fugir de um arrastão na Niterói-Manilha. Cleice Aparecida Vieira entrou no Jardim Catarina, e criminosos atiraram contra o carro dela. Outras duas passageiras também saíram feridas.
Terça-feira, 22: 2 mortos e 5 feridos
Em Duque de Caxias, um homem morreu vítima de uma bala perdida dentro de um ônibus que passava por Gramacho. Policiais faziam uma operação nas comunidades Dique e Sapinho, e, durante um confronto com criminosos, Marcelo Gangreiro acabou baleado.
Em Japeri, também na Baixada Fluminense, Douglas Teixeira da Silva, de 26 anos, descarregava um caminhão em uma obra quando foi atingido no peito. Um colega dele foi atingido na mão.
Segundo a Polícia Militar, policiais do Batalhão de Polícia Rodoviária foram alvos de um ataque a tiros por criminosos que estavam em um carro na RJ-125. Os policiais revidaram e houve confronto. Após o fim dos disparos, os agentes encontraram um suspeito baleado.
Em Realengo, na Zona Oeste do Rio, uma mulher foi baleada dentro de casa no sub-bairro Jardim Novo.
No Centro do Rio, duas pessoas foram baleadas na Rua Rodrigo Silva em frente à Igreja Nossa Senhora do Parto, em circunstâncias ainda não esclarecidas.
Quarta-feira, 23: 1 morto e 1 ferido
Em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio, o subtenente Luiz Carlos da Silva foi executado depois de ser identificado como policial ao entrar por engano na comunidade Cavalo de Aço.
No mesmo bairro, o motorista de caminhão William Lúcio Lourenzo, de 48 anos, foi baleado na cabeça em uma tentativa de assalto na Estrada do Taquaral.
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Motorista de caminhão é baleado em tentativa de assalto em Senador Camará — Foto: Arquivo pessoal
Quinta-feira, 24: 1 morto e 2 feridos
Em Vigário Geral, na Zona Norte do Rio, o cabo Maycon Borges da Silva estava de serviço dirigindo uma viatura descaracterizada quando foi atacado a tiros. Ele morreu no hospital.
No mesmo bairro, Estela Mares Campos Peixoto, de 58 anos, foi ferida na barriga e no braço direito dentro de um ônibus.
Na Gávea, na Zona Sul do Rio, um suspeito ficou ferido em um tiroteio próximo ao Túnel Rafael Mascarenhas. Criminosos armados em um carro trocaram tiros com policiais militares.
Tiroteio na Gávea deixa um ferido — Foto: Reprodução/TV Globo
Sexta-feira, 25: 17 mortos, 6 feridos
Até a última atualização desta reportagem, 21 pessoas haviam sido baleados na sexta-feira durante operações policiais em três comunidades. Ao menos 15 morreram e 6 ficaram feridas.
No Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na Zona Norte do Rio, seis suspeitos, segundo a PM, morreram em confrontos com policiais.
No Complexo da Maré, na Zona Norte do Rio, foram outras oito mortes. Até a sexta-feira, a informação era de que oito pessoas tinham morrido, mas no sábado foram confirmados mais 2 óbitos.
Parentes de um dos mortos, Renan Souza de Lemos, de 24 anos, dizem que ele era trabalhador – a polícia diz que investiga o envolvimento dele com o tráfico de drogas.
Outro morto foi o traficante Mário Bigode, um dos chefes do tráfico na região e procurado por assassinato. Um policial do Bope ficou ferido.
Mário Bigode, à esquerda, e dois seguranças: os 3 foram mortos nesta sexta-feira — Foto: Reprodução
No Morro do Estado, em Niterói, troca de tiros entre policiais e traficantes deixou três mortos e dois feridos.
Também em Niterói, no Fonseca, o funcionário de um supermercado foi atingido por bala perdida. Rijkaart Pimentel, de 28 anos, estava na Alameda São Boaventura quando foi baleado. Ele foi socorrido, às 15h50, por agentes do 3º Grupamento de Bombeiros Militar (GBM) de Niterói.
Ele foi levado para o Hospital Azevedo Lima. Para a mesma unidade de saúde foram levadas outras três pessoas feridas por disparos de arma de fogo – o caso deles não foi detalhado até a noite. Um desses baleados morreu.
