Sao Tome
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Caso 25 de Novembro evolui e atinge as altas patentes militares

O capitão de mar e guerra Armindo Rodrigues, vice – Chefe de Estado Maior das Forças Armadas foi constituído arguido no caso de tortura e morte de 4 cidadãos que tinham sido detidos no dia 25 de Novembro de 2022, no quartel do morro.

Segundo fontes judiciais, o capitão de mar e guerra, e vice-chefe de Estado maior das forças armadas, foi o oficial mais importante que esteve presente no quartel do exército quando aconteceram os actos de violência que culminaram com a morte dos 4 cidadãos.

O Téla Nón apurou também que ainda nesta semana, a justiça são-tomense deverá ouvir o coronel José Maria, que é o comandante do exército. Segundo as imagens televisivas o coronel que comanda as tropas no quartel do morro também esteve presente na manhã de 25 de Novembro, antes e depois das mortes.  

A fonte do Téla Nón confirmou as notícias divulgadas pelos órgãos de comunicação social, que dão conta da prisão preventiva de mais 5 militares, no âmbito da investigação em curso para identificar, os responsáveis pela tortura e morte dos 4 cidadãos nacionais.

Segundo a fonte judicial, do grupo de 5 militares que aguardam julgamento em prisão preventiva, a patente varia de capitães à sargentos.

O caso 25 de novembro está a atingir as altas patentes das forças armadas. Uma situação que pode fazer ruir a estrutura de comando da instituição militar. O brigadeiro Olinto Paquete que era chefe de Estado Maior das Forças Armadas, até o dia 25 de novembro, acabou por demitir-se, alguns dias depois dos acontecimentos, e acusou as chefias militares de terem produzido informações falsas, que o conduziram ao erro, e de traição.

Foi o início da desagregação da estrutura de comando das forças armadas, de São Tomé e Príncipe.

Talvez a prever este cenário de derrocada na estrutura das FASTP, o Téla Nón apurou que nos próximos dias o Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Carlos Vila Nova, deverá reunir-se com as chefias militares, para analisar o futuro da instituição, após os acontecimentos de 25 de novembro.  

Por outro lado, na última semana, uma equipa de advogados liderada por Carlos Semedo apresentou queixa crime no Ministério Público contra um grupo de oficiais das Forças Armadas, nomeadamente o vice-chefe de Estado maior, Armindo Rodrigues, e o capitão Wilker Viegas ex-comandante dos fuzileiros navais e actualmente ajudante de campo do Primeiro Ministro Patrice Trovoada.

Patrocinado pela sociedade civil são-tomense a equipa de advogados, defende a causa dos familiares dos 4 cidadãos que morreram e também representam os interesses jurídicos do ex-Presidente da Assembleia Nacional, Delfim Neves, arguido no caso da alegada tentativa de golpe de Estado no dia 25 de Novembro.

Segundo a fonte do Téla Nón, a queixa apresentada pelo advogado Carlos Semedo em nome da mãe do Alercio Costa não foi apreciada pelo Ministério Público, porque «há um processo sobre estes factos em que o ministério público já está a investigar», precisou a fonte judicial.

Abel Veiga