Sao Tome
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EMAE novamente sem peças, sem dinheiro e sem luz para STP

Os apagões prolongados regressaram ao país em 2023. 2022 foi um dos anos de maior estabilidade no fornecimento de energia eléctrica à população. Tanto é que as eleições autárquicas, regionais e legislativas de 25 de setembro de 2022 foram as primeiras na história democrática são-tomense em que não aconteceu corte de energia na noite eleitoral.

Mas na quinta-feira, 23 de março de 2023, Hélio Lavres, director geral da EMAE disse à imprensa, que tudo mudou. A empresa de electricidade não tem peças sobressalentes para os geradores, e os apagões demorados regressaram.

«Os grupos de geradores já não correspondem à capacidade de produção. Precisamos de peças que não existem neste momento. Recorremos às nossas sucatas,,,», declarou o director geral da EMAE.

Hélio Lavres, antigo secretário do governo da região do Príncipe para o sector das finanças, está a gerir a EMAE há cerca de 3 meses. Foi após reunião com o Primeiro Ministro Patrice Trovoada que o director geral, revelou mais um ciclo de crise energética no país.

Por causa do crédito de gasóleo para alimentar os geradores da EMAE, São Tomé e Príncipe acumulou ao longo dos anos uma dívida com a fornecedora angolana SONANGOL na ordem de 250 milhões de dólares.

Para cortar o ritmo de endividamento, a EMAE é obrigada a comprar o gasóleo a pronto pagamento. Hélio Lavres reconheceu que a empresa tem dificuldades em arrecadar receitas suficientes para comprar a grande quantidade de gasóleo que precisa para pôr os geradores a funcionar em pleno.

«Estamos numa situação crítica que põe em causa a importação do gasóleo para os próximos tempos», avisou.

O Estado é o maior devedor da EMAE. As instituições do Estado não pagam as faturas de electricidade. Algumas empresas privadas também não pagam.

A dívida acumulada por tais instituições públicas e privadas ultrapassa 1 milhão de euros. Só o chamado “povo pequeno”, é que é forçado a pagar as facturas de luz e água. Caso contrário, a EMAE com apoio das forças de defesa e de segurança corta a rede eléctrica que alimenta as residências do povo.

A crise é crónica na EMAE, e mais uma vez, o país está no escuro e a economia paralisada.

Abel Veiga