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Estatuto de rendimento médio consolida a credibilidade internacional de STP

O primeiro-ministro Patrice Trovoada afastou qualquer receio de São Tomé e Príncipe ser graduado como país de rendimento médio em 2024.

Em Doha-Qatar, o chefe do governo desvalorizou as vantagens que São Tomé e Príncipe tem actualmente com o estatuto de país menos avançado.

Vantagens que estão relacionadas com o benefício de donativos financeiros concedidos pela comunidade internacional.

«Os donativos não são tanto assim… Os donativos financeiros são aplicados na realização de estudos de projectos, no pagamento de salários para os quadros nacionais que trabalham nos respectivos projectos. Mas o quê que isto tem como implicação directa no crescimento do país, na criação de riqueza ? Muito pouco», alertou Patrice Trovoada.

A mudança de estatuto em 2024, vai implicar o corte dos donativos financeiros. São Tomé e Príncipe será obrigado a contrair empréstimos para financiar a economia.

«Na realidade, beneficiar de crédito financeiro é sinal de que somos credíveis», garantiu o primeiro ministro.

Patrice Trovoada propôs à comunidade internacional a abertura de linhas de financiamento com taxas de juros aceitáveis, para estimular o sector privado nacional, e ao mesmo apoiar o país na melhoria do ambiente de negócios para atrair investimentos privados estrangeiros, para São Tomé e Príncipe.

O governo promete com apoio internacional melhorar o código do trabalho, e o sistema de justiça.

«Vamos dar o nosso contributo, vamos tentar a nivel bilateral falar com os outros países e organismos internacionais, aqui em Doha para que este estatuto de país menos avançado pertença ao passado», frisou.

Visão e ambição, são os trunfos que Patrice Trovoada, diz estar a pôr em cima da mesa das negociações com os parceiros internacionais. «Aqui em DOHA no Qatar temos a prova de que é preciso ter visão e ambição. Isso é que pode nos levar a acelerar o nosso desenvolvimento», sublinhou.

As Nações Unidas, através do secretário geral António Guterres, anunciaram que os países mais desenvolvidos prometeram 100 mil milhões de dólares, para promover tirar os países menos desenvolvidos da pobreza e do atraso económico e social.

«Agora é preciso deixar de hipocrisia e passar a acção. Prometem bilhões e bilhões e nada acontece, o exemplo é a cimeira do clima de França. Queremos acção», afirmou Patrice Trovoada.

A recorrente acusação que é feita aos países menos avançados de serem corruptos, já não justifica o corte ou a não disponibilização dos fundos.

«Existem corruptos e corruptores, é um problema global. Não é só dizer que os países menos avançados são corruptos. Há quem os corrompe também. E essa questão tem que ser resolvida», concluiu o Primeiro Ministro de São Tomé e Príncipe.

Na segunda-feira, segundo dia da reunião plenária dos chefes de Estado e de governos, o Primeiro Ministro de São Tomé e Príncipe discursou na 5ª conferência das Nações Unidas sobre os países menos avançados, e participou em várias reuniões técnicas com os parceiros internacionais.

Abel Veiga