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Fortuna de BONGO em França atinge 460 milhões de euros quando o PIB do Gabão é de 20 milhões de euros

Quase 60 anos a Presidir os destinos da República do Gabão, vizinho mais próximo de São Tomé e Príncipe, a família Bongo construiu uma gigantesca fortuna. Só em França, potência colonizadora do Gabão, o pai Omar Bongo(já falecido) e o Filho Ali Bongo depositaram uma fortuna avaliada em mais de 460 milhões de euros. 

Um trabalho de investigação da televisão francesa France 24 revelou que a República do Gabão tem um Produto Interno Bruto de 20 milhões de euros. 

O salário mensal do Presidente deposto Ali Bongo, é de 15 mil euros. No entanto a família Bongo tem em Paris e Côte d´Azur uma fortuna de 460 milhões de euros. 

Em Paris a família bongo é dona de 33 propriedades, destacando-se um Hotel Particular estimado em 20 milhões de euros. Em Nice o património imobiliário atinge 11,7 milhões de euros. 

Delta Synergie é o nome da empresa francesa dominada pela família BONGO. Segundo a France 24, a empresa Delta Synergie realiza negócios da família BONGO, em todas as áreas desde imobiliário, passando pela gestão de minas, petróleo, sector alimentar e de serviços. 

A fortuna criada pela família Bongo durante mais de 50 anos no poder no Gabão expressa-se também em contas bancárias em França, viaturas de luxo, e barcos de cruzeiro. 

A investigação da imprensa francesa constatou que depois da morte do país Omar Bongo no ano 2009, o filho Ali Bongo, sucessor no reinado comprou viaturas topo de gama no valor de 14 milhões de euros. 
A investigação concluiu que a fortuna da família Bongo foi construída através do negócio de petróleo no Gabão. As empresas petrolíferas pagam comissões de alto valor à família Bongo. 

Enquanto isso, a República do Gabão que há mais de 50 anos produz petróleo, é um país subdesenvolvido e com poucas infra-estruturas. Estrada de terra batida é dominante no país vizinho, e as populações vivem em bairros degradados. 

No dia 30 de Agosto, o general Brice Oligui NGuema, primo do Presidente Ali Bongo, e chefe da guarda presidencial liderou o primeiro golpe de Estado do reinado da família Bongo.  O Presidente Ali Bongo foi deposto. Os militares e polícias gaboneses lançaram uma operação anti corrupção, e apreenderam paletes de dinheiro na residência dos colaboradores do Governo de Ali Bongo. 

Na residência do Chefe de Gabinete do Filho de Ali Bongo foi encontrado um enorme volume de dinheiro, que o próprio chefe de gabinete disse não saber a quantidade. Dinheiro que só pode ser avaliado pela tonelagem.  

A investigação da France 24 apurou que as paletes de dinheiro encontradas na residência do chefe de gabinete do filho de Ali Bongo estão avaliadas em mais de 6 milhões de euros. 

No entanto a chamada comunidade internacional continua a condenar a intervenção militar que não provocou derramamento de sangue no Gabão. A comunidade internacional exige a reposição rápida do Estado de direito democrático, a normalidade democrática e institucional. 

Será que o que estava a acontecer no Gabão em termos de corrupção financeira, que prejudicava o povo, e a persistente prisão de opositores políticos, é que é a normalidade democrática e institucional? 

A comunidade internacional não sabia que tudo isto estava a acontecer dia a dia no Gabão? Esta situação relatada hoje pela imprensa internacional, é democrática e deve ser reposta rapidamente? Não serão esses aspectos, corrupção financeira e eleitoral, ditaduras sob a capa da democracia liberal, e outras coisas mais, que estão na base da aguda crise do sistema democrático no mundo?

Abel Veiga  

O leitor do Téla Nón tem acesso a emissão da France 24 que revelou a fortuna da família BONGO.