Crianças jovens e adultos juntos numa árdua tarefa de restauração do mangal de Praia das Conchas Praia. Uma iniciativa da ONG OIKOS abraçada pela população local que, depois de sensibilizada, já reconhece a necessidade de preservação enquanto ecossistema de carbono azul.
«Só plantando um hectare de mangues estaríamos a reter da atmosfera cerca de 150 a 200 toneladas de carbono» – sublinhou o Biólogo Evaldo da Cruz, técnico da OIKOS encarregue pelos trabalhos no terreno.
Numa altura em que se fala muito do aquecimento global é preciso que o país esteja preparado para dar resposta a possíveis eventos climáticos. O envolvimento coletivo é indispensável.
«Mangal é muito bom para nossas espécies, sem ele não temos peixes nem outros animais. Estou aqui a participar deste trabalho porque é muito importante para a nossa comunidade» – desabafou a jovem Silvânia Tavares.
A par de benefícios ambientais há também ganhos económicos para a própria comunidade.
«Quanto mais espécies marinhas subirem para desovar, mais peixes terão no mar, principalmente na costa, perto da comunidade. E porque estamos a falar de uma comunidade piscatória, ela poderá aproveitar para, posteriormente catar os pescados que vão ajudar no seu dia-a-dia» – sublinhou Evaldo Cruz.
Nesta primeira fase será restaurado um hectare.
Os mangais são ecossistemas de extrema importância para a produtividade das espécies.
Eles servem como berçário, protegem o ambiente de fenómenos naturais como a erosão, contribuem para a biodiversidade nas regiões costeiras e para o desenvolvimento socioeconómico.
O projecto de valorização económica e ambiental dos mangais é financiado pela Cooperação Portuguesa.
José Bouças