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Sindicato de jornalistas contesta sanções extremistas do Governo

Cessação de contrato, corte de salário, corte de subsídio, alteração da escala de serviço para castigar mulheres grávidas que aderiram a paralisação da Rádio Nacional em Maio último.

São dentre outras medidas sancionatórias adoptadas pela Secretaria de Estado da Comunicação Social contra os jornalistas e técnicos da Rádio Nacional que aderiram a paralisação momentânea das emissões, nos dias 26 e 27 de Maio.

Iyolanda Graça, líder do sindicato dos jornalistas e técnicos da comunicação social após reunião com o Secretário de Estado da comunicação social Adelino Lucas, denunciou o que considerou de medidas extremistas adoptadas pelo Governo. Na reunião com o secretário de Estado, o sindicato foi informado que os profissionais da Televisão Santomense(TVS) também vão ser alvo do pacote das sanções extremistas.

«Mais sanções segundo o secretário de Estado para os profissionais da Rádio e Televisão, que passam pela cessação de contrato, corte de salário e corte de subsídio», confirmou a líder do sindicato.
Por causa do atraso injustificado pelo governo no pagamento do subsídio interno, os profissionais da rádio nacional suspenderam momentaneamente as emissões nos dias 26 e 27 de maio.

Já na TVS a paralisação foi mais longa. Por isso o sindicato apela o governo a seguir pela via do diálogo, antes de aplicar as sanções extremistas contra os profissionais da televisão nacional.

Edifício da TVS

«Há jornalistas que tem uma escala de trabalho, e que por ter aderido a paralisação tem agora a escala alterada. Estamos a falar de mulher grávida que trabalhava de manhã na Rádio Nacional, e que agora é obrigada a trabalhar a noite. São situações que nos deixaram tristes», precisou Iyolanda Graça.

Aina na Rádio Nacional a Ordem de Serviço número 4/2022 emitida pelo Governo de Jorge Bom Jesus, anuncia a cessação da «colaboração que o senhor Wilson Dênde vem prestando a Rádio nacional e consequentemente fica proibida a sua entrada nos estúdios e demais espaços de serviço desta estação emissora».

Mais ainda «os senhores Herlander Silva, Dedé d´Alva e Wilson Tomba, identificados como sendo os mentores dos actos de sabotagem da emissão da Rádio Nacional, e responsáveis por ameaças e intimidação, ficam igualmente suspensos das suas funções até a conclusão de um inquérito e o processo disciplinar a serem instaurados».

A Ordem de Serviço que sanciona os profissionais da Rádio Nacional impõe corte nos rendimentos dos profissionais. «Corte de subsidio interno entre 50 e 75% durante o mês de junho para todos os trabalhadores e colaboradores que aderiram a paralisação momentânea».

Também os salários são cortados. «Corte dos salários de todos os funcionários envolvidos nos 5 dias de paralisação».

A Ordem de Serviço deixa claro que a Rádio Nacional não é uma empresa pública, mas sim um departamento do gabinete do Primeiro Ministro e Chefe do Governo.

Pois, refere que as sanções (consideradas extremistas pelo sindicato), serão implementadas, pela Direcção Administrativa e Financeira da Rádio Nacional em articulação com a Direcção Administrativa e Financeira do gabinete do primeiro ministro.

O director administrativo e financeiro do gabinete de Jorge Bom Jesus, esteve presente na reunião entre o sindicato e o governo.

O documento precisa que a DAF do gabinete do Primeiro Ministro, tem a incumbência de «fazer cumprir esta ordem de serviço».

Abel Veiga .