O projecto de requalificação do litoral de Micoló pretende promover o desenvolvimento sustentável da Vila, com destaque para o Turismo.
O Banco Mundial já disponibilizou 1 milhão de euros, para as obras de saneamento de meio e de expansão urbanística da Vila. Uma comunidade piscatória, que enfrenta os efeitos das mudanças climáticas. Inundações contínuas por causa do avanço do mar sobre a terra ameaçam as residências.
O projecto de investimento em resiliência das áreas costeiras da África Ocidental (WACA), financiado pelo Banco Mundial, realizou as obras de desassoreamento do rio que atravessa a Vila. As dunas de areia impediam que o rio desaguasse no mar. As cheias provocaram inundações em todos os bairros da Vila.
Euclides Rodrigues, Presidente da Câmara Distrital de Lobata, disse ao Téla Nón que as inundações facilitam a reprodução dos mosquitos, e que Micoló tinha-se transformado na região do distrito de Lobata mais afectada pelo paludismo.
«Era uma preocupação muito grande, agora aliviada com a intervenção do projecto WACA», afirmou o autarca de Lobata.
Também foi erguido um muro de protecção costeira para travar as ondas gigantes. Entretanto o projecto WACA já criou uma zona de expansão para albergar cerca de 80 famílias que são ameaçadas pelos efeitos das mudanças climáticas.
Na primeira fase vão ser construídas 8 casas sociais e uma escola secundária, cuja primeira pedra foi lançada pelos ministros das infra-estruturas Adelino Cardoso e Isabel Abreu da Educação, Cultura e Ciência.
«Esta escola traz dois benefícios para o ministério da educação. Primeiro a redução do rácio professor-aluno, e vai resolver o problema da deslocação e da superlotação dos autocarros escolares», declarou a ministra da educação.
Com duas salas de aulas, casas de banho e um centro multiusos, a futura escola vai contribuir para a educação de qualidade a nível da sétima e oitava classes.
A nova zona urbanística de Micoló deverá estar concluída dentro de 6 meses e vai dinamizar o turismo crescente na Vila.
«Micoló tornou-se numa zona de atracção turística do país. O governo aposta no saneamento do meio em Micoló, como uma das vertentes da promoção do turismo, e de garantia da saúde pública», frisou Adelino Cardoso, ministro das infra-estruturas.
A comunidade piscatória é o destino diário e de fim-de-semana de centenas de cidadãos são-tomenses e de turistas, que procuram saborear pratos típicos nacionais, sobretudo peixe e moluscos grelhados.
A nova urbanização de Micoló, e as obras de saneamento do meio e de adaptação às mudanças climáticas, custam mais de 1 milhão de euros. O Banco Mundial é o financiador.
Abel Veiga