Angola
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Angola é um “parceiro muito valioso e um líder crescente na região”, disse o Secretário da Defesa dos Estados Unidos

O secretário da Defesa norte-americano, Lloyd Austin, apresentou hoje em Luanda os novos ângulos da política dos EUA para África sob o tema “O Poder da Parceria”, discursando no Arquivo Histórico Nacional de Angola.

O Secretário da Defesa dos Estados Unidos da América assegurou nesta quarta-feira, 27, em Luanda, que a visita dele a Angola visa fortalecer as relações já existentes nos mais variados domínios.

No período da manhã, o Secretário da Defesa dos Estados Unidos foi recebido pelo Presidente João Lourenço numa audiência dominada, segundo a Presidência, pelas “relações de cooperação entre Angola e os Estados Unidos da América”, testemunhada por “altos funcionários do dois governos”.

Também hoje o ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, General Francisco Furtado, e Lloyd Austin chefiaram duas delegações militares num encontro à porta fechada, na sede do Ministério da Defesa e Veteranos da Pátria, em Luanda, para o reforço da cooperação.

Austin disse que Angola tornou-se num “parceiro muito valioso e um líder crescente na região”.

“Estou aqui em Angola para fortalecer esta parceria”, afirmou aquele governante, que manifestou a disponibilidade de Washington em cooperar com Luanda no domínio da defesa contra a pirataria marítima e em operações de paz.

O Secretário da Defesa americano reafirmou também o engajamento do seu Governo no “fortalecimento da democracia, segurança, combate às grandes endemias e ameaças climáticas”.

Lloyd Austin fez estas declarações quando dissertava sobre os novos ângulos da política dos Estados Unidos para África numa palestra sob o tema “O Poder da Parceria”, no Arquivo Histórico Nacional de Angola.

“África não precisa de homens fortes, precisa de instituições fortes”

Ao falar sobre a visão da Administração Biden para África, Austin destacou que o Presidente “acredita que o sucesso de África é crucial para o futuro da Humanidade” e afirmou que nos Estados Unidos há uma noção exata de que o continente africano “é fundamental e importante para mudar o mundo do seculo XXI, para a sua segurança comum”.

“África não precisa de homens fortes, precisa de instituições fortes”, enfatizou o Secretário da Defesa, relembrando a famosa frase de Barack Obama, e reiterando que os Estados Unidos estão disponíveis para trabalhar nesse sentido.

Lloyd Austin alertou ainda para o perigo que representam os golpes militares em África, bem como os “grupos de mercenários ao serviço de autocracias” que estão a contribuir para desestabilizar democracias em nome de governos que procuram ganhar influência “vendendo armas baratas” aos países africanos.

Aquele militar de carreira realçou que as mulheres e homens de uniforme têm um papel fundamental na defesa dos povos contra quem procura desestabilizar as sociedades abertas e democráticas, “servem os povos e os cidadãos”.

Ao concluir, Lloyd Austin sublinhou que “queremos avançar assentes em parcerias fortes porque o futuro está a ser escrito hoje”.

Embaixador dos Estados Unidos fala em “visita histórica”

Antes de chegar ontem à noite a Luanda, ele visitou o Djibuti e o Quénia.

Ao comentar a primeira visita de um Secretário da Defesa dos Estados Unidos a Angola, 47 anos depois da Independência do país, o embaixador americano em Luanda disse que “os Estados Unidos estão interessados na prosperidade partilhada e na diplomacia económica” entre os dois países que têm “valores comuns”.

“Este ano estamos a celebrar 30 anos de relações diplomáticas”, lembrou Tulinabo Mushingi , para quem esta trajetória tem sido “muito positiva”.

Quanto à “visita histórica” de Lloyd Austin, o diplomata sublinhou a “parceria estratégica para assegurar prosperidade aos dois povos”.

Interesse do Presidente João Lourenço

Recorde-se que no final de 2022, quando o Presidente angolano visitou Washington, o incremento das relações militares foi um dos tópicos abordados num encontro que João Lourenço manteve com Lloyd Austin.

Numa entrevista à Voz da América, na altura, Lourenço confirmou que o seu Governo está interessado em adquirir armamento americano como parte de um programa de reorganização das suas Forças Armadas.

Antes, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Llyod Austin, tinha revelado que o seu Departamento recebeu pedidos de Angola para material militar e que isso estava agora a ser analisado pelo Departamento de Estado.

“Nós queremos ver os Estados Unidos da América a participar no nosso programa de reequipamento das nossas forças armadas”, disse João Lourenço, quem recordou que “até hoje” as Forças Armadas Angolanas têm apenas “técnica soviética”.

E mais: “Nós entedemos que chegou o momento de darmos o salto para rearmarmos as nossas Forças Armadas também com equipamento da NATO e olhamos para os próprios Estados Unidos como o parceiro ideal para nos ajudar a fazer essa transição”, acrescentou o Presidente angolano.