O esforço do Presidente nigeriano, Bola Tinubu, para remodelar a maior economia de África parece ser um caso de ir longe demais, demasiado rápido.
Quatro meses depois de ter tomado posse, a inflação está a aumentar e o valor no mercado informal do naira caiu para o nível psicologicamente importante de 1.000 por dólar. A rede elétrica nacional entrou em colapso duas vezes em setembro e o aumento da confiança empresarial que acompanhou a eleição do Presidente Tinubu e o anúncio de uma série de reformas dissipou-se.
É fácil perceber porquê.
O governo parecia mal preparado para a subida de preços que se seguiu à supressão de um subsídio aos combustíveis, 6,8 mil milhões de dólares de pagamentos a prazo no mercado cambial estão atrasados e uma decisão crucial sobre a taxa de juro foi adiada após a demissão do chefe interino do banco central. A nomeação do novo governador aguarda confirmação do Senado.
“A volatilidade está a ser exacerbada pela perda de confiança no banco central depois de o credor ter voltado atrás nas promessas de liquidar um enorme atraso cambial”, disse Robert Besseling, CEO da Pangea-Risk.
Muito analistas acreditam que as medidas que Tinubu está a tomar são necessárias e que a economia da Nigéria acabará por ser mais saudável quando o orçamento não estiver mais sobrecarregado por um subsídio insustentável aos combustíveis e por uma taxa de câmbio oficial irrealista.
O que está em questão são os seus métodos, o ritmo da mudança e se ele conseguirá levá-los até ao fim.
Enquanto isso, os nigerianos comuns lutam para sobreviver à medida que os custos aumentam. E, temendo tempos ainda mais difíceis, estão a acumular dólares e a enfraquecer a moeda local.
É um ciclo vicioso que Tinubu e o seu novo chefe do banco central, Olayemi Cardoso, terão dificuldade em controlar. O que é necessário é certeza e previsibilidade – escassas neste momento.