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Depois do Algarve sismo de 2,6 na escala de Richter abala Évora

Numa rápida sucessão de eventos, o Algarve registou dois sismos num curto período de tempo: o primeiro, com magnitude 3,9, ocorreu durante a madrugada desta terça-feira, seguido de outro de magnitude 3,7 horas depois. Entretanto Évora registou um sismo com magnitude 2,6 na escala de Richter e mais tarde Arouca teve um de 2,5.

Luis Matias, professor de Geofísica da Universidade de Ciências e investigador do Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa, sublinha que não há indícios científicos que sugiram uma relação direta entre os sucessivos sismos. Mais: são sismos relativamente pequenos e “sismos pequenos podem ocorrer em qualquer lugar”. “A litosfera da Terra está sujeita a forças constantes e, em pontos que não conseguimos prever, a tensão acumulada pode levar a pequenos abalos sísmicos”, explica.

“É importante entender a diferença entre os pequenos sismos, como os registados no Algarve, e os grandes sismos, que podem representar uma ameaça significativa”, prossegue Luis Matias. “Os grandes sismos, normalmente associados às grandes falhas tectónicas, são os que merecem a nossa atenção especial.” Essas falhas, como a famosa Falha de San Andreas na Califórnia- (EUA), são “locais onde as placas tectónicas estão sob grande tensão” e eventualmente geram um terremoto de grande magnitude.

Por outro lado, “os pequenos sismos, como os de magnitude 3 ou 3,7, são muito mais comuns e podem ocorrer em qualquer lugar”. “Normalmente passam despercebidos pela maioria das pessoas, mas quando sentidos podem provocar alguma reação da população.”

Luis Matias descreve uma “analogia útil” para que se entenda os sismos menores: “É imaginar a litosfera da Terra como uma pilha de areia.Ora, quando se deixar cair grãos de areia um a um na pilha, eventualmente um grão pode desencadear uma avalanche. Essa avalanche pode ser pequena ou grande, dependendo do tamanho da pilha de areia e da energia libertada”. Da mesma forma, “os sismos menores são como os grãos individuais de areia, que caem ocasionalmente e causam pequenos abalos, enquanto os sismos maiores são as avalanches que ocorrem nas grandes falhas tectónicas”.

Portanto: “Os sismos pequenos são relativamente comuns e não são necessariamente indicativos de uma ameaça iminente”.