Sao Tome
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As duas Pistolas de “Pajo”

Paulo Jorge Fonseca vulgo “Pajó”, o cidadão que tem um longo cadastro na prática de crimes violentos, marcou a actualidade social em São Tomé nas últimas semanas.

O jovem que foi considerado pela medicina são-tomense como deficiente físico acabou por ser reconhecido pelo Supremo Tribunal de Justiça, como inválido e posto em liberdade.

Prova da deficiência física é a cadeira de rodas que usava. Cadeira que foi apreendida pela Polícia Judiciária após ter cometido em liberdade mais um conjunto de crimes, nomeadamente furto, roubo, sequestro e violação.

No entanto ao desencadear a operação “ Lua Cheia”, para conter a criminalidade crescente no país, a Polícia Judiciária teve luz suficiente do luar, para descobrir que Pajó era também detentor de duas pistolas de Guerra.

«O meliante operava com duas armas de fogo, uma delas que foi apreendida é de marca Makarov», explicou Djamila inspectora da Polícia Judiciária.

No dia 18 de setembro quando entregou Pajó ao Ministério Público e fez o balanço da operação “Lua Cheia” a polícia judiciária ainda não havia recuperado a segunda pistola de Pijó.

«A nossa preocupação neste momento é apreender a arma em falta», reforçou a inspectora Djamila.

O Téla Nón apurou que até a tarde da última sexta-feira , 22 de setembro, a PJ ainda não tinha encontrado a segunda Pistola.

Nos últimos 10 anos o Téla Nón deu notícias de vários assaltos, sequestros e violação de mulheres diante dos seus maridos por delinquentes armados. Metralhadoras AK-47, pistolas de marca Makarov e também Beretas foram apreendidas pela polícia, após desmantelamento das sucessivas redes de crimes.

Cada vez mais os delinquentes usam e têm acesso a armas de guerra em São Tomé e Príncipe. Mas como? O Téla Nón apurou que todas as armas de guerra, nomeadamente Ak-47, Makarov e Beretas pertencem às forças armadas e de segurança do país. Todas elas são importadas pelo governo e são registadas por um código.

Por exemplo, a origem das duas pistolas de Pajó pode ser facilmente identificada pelas forças de defesa e de segurança, através do número de série e do código inscrito nas duas armas.

Tudo indica que nos últimos 10 anos, nenhum dos casos de armas capturadas na posse de delinquentes mereceu investigação para que fosse identificada a unidade militar ou de forças de segurança de onde saiu o armamento que estava nas mãos de bandidos.

Enquanto urge cortar a rede que dá aos delinquentes acesso às armas de guerra, o governo decidiu lançar uma campanha para controlo e legalização da posse de armas. 

Os proprietários de armas de defesa pessoal, nomeadamente as espingardas caçadeiras que garantem a protecção de algumas empresas ou unidades de produção, devem legalizar ou actualizar a posse de tais armas.

Resta saber se antes, o governo conseguirá desarmar os bandidos equipados com metralhadoras e pistolas automáticas, e sobretudo cortar de facto, o acesso que a rede criminosa tem tido das armas de guerra.

Abel Veiga