Sao Tome
This article was added by the user . TheWorldNews is not responsible for the content of the platform.

Garimpo de areia continua a provocar crime ambiental na porta de entrada de STP

A extracção ilegal de areia nos arredores do aeroporto internacional está a destruir casas, e criou poços de água que contribuem para o aumento do paludismo.

O ministério da defesa e administração interna decidiu intervir para travar o crime ambiental.

Nesta segunda – feira o Téla Nón testemunhou a marcha dos fuzileiros navais na estrada do aeroporto internacional. Os fuzileiros estavam envolvidos numa operação de combate a extracção ilegal de areia no bairro da Praia Nazaré, vizinho do aeroporto de São Tomé.

Não é a primeira vez que militares e polícias intervêm no bairro. Desde o ano 2017, que os sucessivos governos tentaram travar a extracção ilegal de areia, mas sem sucesso.

Em janeiro de 2017, e para conter o garimpo de areia nos bairros da Praia Nazaré e Praia Lagarto, o governo do primeiro-ministro Patrice Trovoada decretou a proibição da extração de areia.

Os ministros das obras públicas Carlos Vila Nova, da Defesa e Administração Interna Arlindo Ramos e das Finanças e Economia Azul Américo Ramos subscreveram um despacho conjunto, que impunha multas pesadas para a extracção e comercialização de areia no país.

No entanto apesar das medidas adoptadas o fenómeno cresceu ao longo dos anos, e depois de escavar todo o terreno, agora está a avançar em direcção ao mar. As residências que se encontram à beira da estrada pública, estão a desmoronar. O garimpo de areia entrou no quintal da casa do tenente-coronel Óscar Sousa, antigo ministro da defesa e administração, e segue em direcção a estrada pública.

A extracção ilegal de areia pode nos próximos tempos provocar o corte da estrada que liga o aeroporto internacional a capital São Tomé.  Os coqueiros que ornamentavam a baía da Praia Emília também estão a tombar um atrás do outro.

Ely Evane da Glória, um dos jovens que extrai areia no solo da Praia Nazaré disse que não tem emprego. «Eu não tenho emprego para sustentar o meu dia a dia. É nesta área de extracção de areia que aprendi a encontrar meios para garantir o sustento, e é por isso que estou aqui».

A extracção ilegal de areia movimenta a economia dos Bairros da Praia Nazaré e da Praia Lagarto. O dinheiro da venda da areia, movimenta o negócio nos quiosques do bairro.

«Somos muitos, alguns vêm de lugares distantes, outros de zonas mais perto daqui. Não sei dizer quantos somos», afirmou Ely Evane da Glória.

Dezenas de pessoas, sobretudo jovens, suspenderam as actividades extractivas, por causa da presença dos militares e da polícia.

«Se a polícia e os militares vão estar destacados aqui, eu não vou dormir com fome. Tenho de procurar outro meio para comer», avisou o jovem.

À semelhança do ano 2017, os dois bairros vizinhos do aeroporto internacional, foram patrulhados durante alguns dias pelas forças armadas. Mas depois, tudo voltou ao normal.

Os militares saíram dos bairros, e o garimpo de areia avançou sobre toda a região que constitui a porta de entrada do país.

Abel Veiga