Sao Tome
This article was added by the user . TheWorldNews is not responsible for the content of the platform.

Empresários chineses procuram café e chocolate de São Tomé e Príncipe

A República Popular da China é a segunda maior economia do mundo, e regista um rápido crescimento que a médio prazo pode projectar o país do Oriente para a liderança económica mundial.

Isabel Domingos, a primeira embaixadora de São Tomé e Príncipe na China, após a retoma das relações bilaterais no ano 2016 revelou para o Téla Nón a oportunidade que se abre para a produção nacional.

«Recebemos aqui na embaixada empresários chineses interessados no nosso café, e no nosso chocolate. São intenções materializáveis. Há todo interesse para que isso seja materializável», garantiu a embaixadora.

A diplomata são-tomense considera a República Popular da China como parceiro muito importante para o arquipélago africano, e chamou a atenção dos empreendedores nacionais para o facto de o gigante asiático ter aberto o seu mercado para promover trocas comerciais com São Tomé e Príncipe.

«Em 2021/22 a China anunciou que São Tomé e Príncipe faz parte de um grupo de países que beneficia de tarifa zero, em termos de entrada de produtos são-tomenses no mercado chinês», precisou Isabel Domingos.

Uma oportunidade única para São Tomé e Príncipe entrar de facto na economia global, «e gerar esperança aos produtores nacionais», acrescentou.

Mas, o tempo passa e os produtores nacionais custam de agir. A China representa o maior mercado comercial do mundo. «É preciso agora aumentar a nossa capacidade de produção, obedecer aos critérios internacionais para os produtos agroalimentares transformados, e a partir daqui podemos explorar essa janela», explicou.

A qualidade dos produtos deve ser certificada. Há vários anos que São Tomé e Príncipe produz cacau, café, pimenta e outros produtos biológicos e com certificado de qualidade internacional. Meio caminho andando.

No entanto, para que a produção não seja condicionada pelos efeitos das mudanças climáticas e seja regular para alimentar o grande mercado chinês, é preciso introduzir novas tecnologias. 

Isabel Domingos assegurou que os empresários chineses interessados em importar os produtos de marca de São Tomé e Príncipe estão dispostos em patrocinar tecnologias e a formação técnicas dos produtores nacionais.

«China pode ajudar a introduzir novas tecnologias e laboratórios de pesquisas para a produção agroalimentar, que possam promover a produção local orgânica», pontuou a embaixadora.

A embaixada de São Tomé e Príncipe na República Popular da China realiza na capital Pequim e nas outras cidades de províncias da China palestras que promovem a imagem do arquipélago, e os operadores económicos chineses manifestam-se interessados em agir, nomeadamente nos sectores da agricultura e do turismo.

Isabel Domingos disse ao Téla Nón que tem feito a ponte entre as empresas e cooperativas nacionais de produção biológica e os investidores chineses que se manifestam interessados em colocar os produtos nacionais na rota do comércio com a Ásia, o maior mercado do mundo, e cada vez mais determinante no futuro do comércio mundial.

A ligação marítima e área entre o continente africano e a China é cada vez mais fluída. A produção nacional pode chegar ao Gana, ao Gabão, ao Togo ou à Nigéria por via aérea(Asky Airlines), e através das plataformas que os empresários chineses instalaram nos países africanos, seguir rapidamente para o mercado chinês.

Abel Veiga