Sao Tome
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João Seria não é apenas General de São Tomé, mas de toda África

Num dos modestos artigos adjudicados ao génio africano, um estrangeiro assediado pela originalidade são-tomense, não ficou na curta cantiga de veneração. Prosseguiu na peregrinação. “Desde minha infância na Praia nunca deixei de ter uma cassete e depois um CD dos África Negra e do João Seria. E por esse mundo fora em que tenho andado, trago sempre comigo.

Comentários distintos, domésticos, fizeram-lhe cortejo na rumaria de estórias vividas em festas e emissoras estrangeiras por longínquas latitudes rendidas à África Negra. Houve quem sugerisse um livro ao Homem, algo possível na lide de Leonildo Barros, Jess Flander e demais contribuintes na difícil sensibilidade literária são-tomense.

São Tomé e Príncipe estava assim de parabéns, a ser país presenteado pelo imbatível talento musical, riqueza peculiar, senhor de soberba voz e presença inigualável no palco, acima de mais insignificante rasura. Daí, sorteio do título desta rubrica, aos mais atentos, veio a calhar com desonesto assalto à Língua Portuguesa, retirando aspas ou itálico à apresentação.

O título é produto de cábula que fiz ao comentário do tal fanático, peregrino de João Seria e África Negra aquando tempo atrás este jornal “on line” e de diversidades, partilhou com público leitor um pé de dança do General que desde adoção da confiante patente, jamais dispensou fato militar e boina vermelha.

Já decorreu uma década da ousadia referente à festa aniversariante da RDP-África no auditório universitário de Lisboa em que jornalistas e músicos fecharam noite festiva de 1º de Abril, dia de mentiras, com público em pé, entusiasmado, cantando e dançando “Aninha Muê”, querida Aninha do vocalista ausente de cerimonial.

Vale relembrar que no artigo em causa no Téla Nón, solicitei expressamente à nossa Universidade a condecorar e atribuir reconhecimento Honorário à celebridade. Foi ontem, ano 2011. Miúdos da época já deram mulher-barriga e nasceram crianças sem registos para cantigas desafinadas de estatísticas e planeamento de desenvolvimento. São passados doze anos do atrevimento sem que eu ouvisse cantiga da Faculdade são-tomense atribuindo crédito ao “poeta” estimado e glorificado pelo mundo.

Ao contrário, não é obra do acaso uma revista internacional digital, a BANTUMEN, em 2021 ter homenageado General no Top 100 de conceituadas personalidades africanas. A publicação realçava de que estímulo cativante de João, junto-lhe quatro magníficos músicos, sem dispensar os demais e fundadores de Mé-Zóchi, tornaram África Negra “pela forma irrepreensível, uma das bandas que até hoje se faz sentir no espaço da CPLP e noutros parâmetros do mundo”.

Eu queria ver cara de amigo pessoal, um pouco mais velho, culto e de bom português, que nos anos oitenta na ignorância de, lá atrás, eu nunca ter saído das minúsculas ilhas, vergava-me de que nossa música era pobre demais para atravessar fronteiras do imenso Atlântico. Refresco-lhe memória de valência exótica da África Negra.

João Seria, menino escrito à nascença pelas estrelas, não vale pelo número de artigos que morte despertou ao sentimento humano. Nação que lhe viu nascer, pequena demais para sua cadência e comunicação universal, verteu lágrimas bastante sentidas pela morte do notável filho, encontrado sem vida, mas à figura ideal da própria nação.

O Embaixador são-tomense em contraste ao seu potencial, foi descoberto na matinal de 4 de Maio pela filha num empobrecido leito do domicílio. Traje com que familiares entenderam oferecer à memória coletiva, prontificava ao artista vestido de cabeça aos pés, tal qual disponível para mais um dia de atuação de dar de borla alegria aos amantes da sua peculiar arte de presença sedutora no palco ao longo de meio século.

Pela grandeza da individualidade existe muito a fazer para merecida gratidão ao monstro africano. Tornar seu apartamento ofertado pelo XVII Governo de museu musical com acesso pago por visitante, é simples dica e não faltará roteiro ao turismo cultural internacional.

Para estragar memorial, não são apenas militares das FAPLA na invenção de “kapitula” através do batuque pujante de África Negra e desprovidos de dama ao peito que também contribuíram na elevação e expansão da banda nos quatro cantos do mundo.

Na realidade, nem os mais severos castigos do comandante Cobra e demais generais na supervisão dos militares angolanos, lhes mantinham aquartelados na Favorita quando vuvuzela na Trindade assediando aqueles jovens, muitos agarrados nas rusgas de Luanda com testemunhos de “África Negra toca pá caramba”, anunciasse noite de “puxa-vida”.

Vale recordar de que Jota naquele momento revolucionário da utopia na travessia histórica das ilhas do Equador em que excessos, insultos, malcriadez e dedos nos bolsos do Estado, eram crimes contra-revolução, dizia, a organização juvenil distrital detém mãos valiosas introduzidas no estandarte de África Negra. Enquanto Comité da vila, mais tarde cidade e também militantes de Capela contratavam Sangazuza, a Jota apostava toda bateria juvenil na constante atuação do rival África Negra.

Os Untués permaneciam radicalmente divorciados da nossa cidade. Estória para especial cantiga, já que desde há muito elite descia Sporting na capital e San Chiquita em Madre-de-Deus ou corria até Santana atrás do agrupamento musical.

Na inspiração concorrida aos sonhos da época do cacau de 1ª qualidade que enchia sacos-de-abuso à Divisa e Dobra, esta moeda nacional que ainda dava prazer às nossas algibeiras para lá de dançarinos de vizinhança e longínquos, havia outra enchente fiel e especial, rotineira de traje estreante à freguesia.

As três empresas agrícolas distritais Milagrosa, Monte Café, Santa Margarida e respetivas dependências despejavam populares com “cacau” precioso nos bolsos para esbanjo nos salões, restaurantes e nas barracas das duas grandes festividades do casal padroeiro que acabava maioria, para meu desgosto, assediada pela batucada de África Negra.

Como ser humano é feito de substâncias positivas e negativas ou seja de virtudes e defeitos, havia ziguezague que público denotava na desafinação e no atraso do arranque às nove da noite. Culpa recaía na exibição de João Seria que se associava à sua teimosa ausência nos ensaios. Não precisava seu quotidiano afinar ADN à banda.

Ninguém trocava por muito tempo rítmo e harmonia aos sapatos dançantes. Na terceira, quarta cantiga, peças encaixavam-se na gincana de dedos e voz. Lá surgia trepidante sábado de África Negra com cavaleiros suados às damas até quatro horas de domingo. Havia pausa de hora, creio uma e meia às duas e meia da madrugada para intestinos de músicos e equipa de apoio funcionarem no bufete. Não só.

Devo ajeitar-me à sinceridade. Nunca corri atrás de África Negra. Tem explicação original aquando adolescente-juvenil minha vila na diversidade religiosa-cultural preenchia fins-de-semana de Deus Pai e Nossa Senhora de Nazaré, na primeira semana de Junho e Setembro, de duas à três bandas musicais por vezes quatro.

Iguarias submetiam-me rosto colado ao chão quando “rumba” de Sangazuza de Aider Índia no Parque Popular levasse tareia de “samba-socopé” de Os Leonenses de Pêpê Lima no primeiro terraço nacional, fundão de “” Gido ou “puxa-vida” de África Negra de João Seria na tribuna de “” Pépé.

Na qualidade de adepto agarrado à camisola clubística, mas na disputa internacional defende cor do país, estranhamente no estrangeiro, saudades tornaram-me recluso da música são-tomense de todos agrupamentos e músicos. Basta ter timbre das ilhas de “rumba” e “dêxa”. Discos Jokers em complexo de inferioridade, não são apenas eles, levam com meu desaforo quando nos nossos casamentos, batizados, aniversários e noutras plateias no estrangeiro, não passam música de São Tomé e Príncipe. 

Do que resta de consciências são-tomenses, artistas do palco musical, não fizeram o suficiente para homenagear partida do gigantesco interprete da arte. Ansiava por tarde-noite festiva coordenada pela Associação dos Músicos com mobilização geral e vozes estrangeiras no agradecimento ao João Seria. Ao tempo de obra póstuma, nem que passe ano, não dificultará disponibilidade, sensibilidade e dias ao calendário.

Quem sabe Juka, Gapa, irmãos Calema e ademais artistas à quem o General passou faixa de Embaixador, para fazerem diferença, possam promover concerto em Lisboa, nossa capital europeia, à altura de João Seria, tal qual o jovem dinamizador cultural Jess Flander vem viajando África Negra pelo mundo, ao ponto de atravessar os Cinco músicos ao Atlântico até Colômbia.

Lá nas Américas, a embaixada foi descobrir aos são-tomenses, humanidade do outro mundo, desde 1983, doida pela paixão não camuflada por João Seria e em coro cantou, conviveu e tomou copos das músicas de São Tomé e Príncipe, elegantemente representadas por África Negra.

Não vamos ser surpreendidos pelos angolanos, outra vez ou definitivamente como que presenciássemos serenos ou passássemos mesmo deselegante atestado de 19ª província de Angola, vir realizar concerto internacional para angariar fundo de edificar um busto em São Tomé para General João Seria.

Os deputados de Cantagalo, enquanto terra que viu nascer esse fenómeno, caíram no coro vingativo e tornaram-se cúmplices da normalização de matança humana. Não vão assistir impávidos ou verter lágrimas de crocodilo quando os de Mé-Zóchi ou da RAP, lá aonde o jovem trabalhador de cacau e coco, nos anos setenta, despoletou veia musical e despediu-se na última exibição dias recentes de Abril, proporem nome de rua, avenida ou melhor, dia de nascimento de João Seria como data nacional. Isso mesmo, 1º de Setembro, Dia da Música de São Tomé e Príncipe.

Crianças que no mês infantil viram mais um 1º de Junho empanturrar-lhes de alegria, iguaria e faz-de-contas vexatório do país sanguinário que lhes doa ao abandono censurável ano inteiro, maioria por mais recordação, não terá João Seria em carne e osso, quem voz calou-se aos 74 anos de idade. Quem sabe entre elas não esteja um outro génio de vir viajar ilhas de “puxa-vida” por boa razão na boa boca do mundo?

Neste mês das Crianças e da Criança Africana, do fim-de-semana luso vem a mais milagrosa notícia ocorrida no último país dado a conhecer de adoção musical de João e África Negra. Quatro crianças vítimas de fatídico acidente em que perderam mãe e viram morrer aviador da aeronave e mais um passageiro, no dia 1º de Maio, sobreviveram quarenta dias na mata amazónica. Gente, vida longa!

Entre bebé de onze meses e irmãos de quatro, nove e treze anos de idade, as quatro crianças colombianas expostas e deambulando pela magia da selva cerrada, foram salvas pela expedição Esperança com ajuda de cães. Instinto de sobrevivência humana conjugado com cantigas da avó indígena, segundo imprensa da Colômbia, alimentando de frutos silvestres, tenham sido fulcrais para que menino de treze anos mantivesse acesa luz divina de quatro vidas infantis.

Na Colômbia, bichos da selva de Amazónia pouparam vida à quatro crianças com resgate a emocionar presidente do país, Gustavo Petro e Humanidade. Em São Tomé e Príncipe bicho humano ao coberto de Estado assassinou quatro vidas humanas com o presidente da república a autenticar o falso golpe de Estado.

Em França, semana finda tornou oficial cantiga da bebé de oito meses em estado de desenvolvimento saudável na família, partilhada pela televisão, salvo de uma doença rara que lhe dava apenas 10% de vida. A primeira cirurgia feita ao feto no ventre da mãe aconteceu num hospital parisiense e corre mundo pela importância da vida humana, lá aonde ela ganhou forma e desenvolveu no milagroso balão uterino. 

Não adotamos invejável talento de João Seria. Consciências políticas em ajuste de contas e revivalismo “tribal”, de governo ao governo, na exibição desesperada e insólita, atropelam Constituição Democrática com agora conivência cantiga do mais alto magistrado, o presidente da república. Punhos de delitos repetidos na formatação da justiça dos 35 deputados do PUN de ADI decapitam música e elegância à nossa democracia.

A falsa cantiga de Lei Interpretativa do Sistema Judicial vai mais longe que bebedeira governativa de prazer digestivo à aberração económica do poder da Rosema. Serve de um dos expedientes do governo na sua aberração democrática para ilibar mãos de sangue dos militares arguidos no processo acusatório. Não só.

Retirar manchas encarniçadas ao mandante do assassinato de quatro vidas presas, brutalmente castigadas e mortas ao sangue frio no hediondo e condenável ato militar do dia 22 de Novembro de 2022 que mantém mais de meio ano, inocentes atrás do propositado cativeiro político-judicial-militar. Hipocrisia da comunidade internacional convive com cantigas e ajudas aos assassinos.

A vida de Lucas, jovem com músicas da “inventona” na ponta da língua para confessar no tribunal, sem direito à presunção de inocência, intencionalmente está à beira de 7 meses no corredor de morte, apesar dos gritos doridos de familiares. O povo anestesiado, mas em euforia de vida fácil, mantém-se sorridente em festas e zombarias num faz-de-contas de fato, gravata, ganância e palmas aos assassinos, inventores do golpe de Estado do XVIII Governo contra o próprio governo. 

Para não riscar chão musical sem brasas à sardinha, no último domingo a estacionar na garagem, o som selvático da coluna da viatura conduzida por mim, assediou um vizinho a aproximar-se com mexida de cabeça. Questionou se música que roncava, “Maya Muê” de África Negra, era antilhana. O pai trabalhou em Guadalupe, terra de “zook” e Kassav, daí ter sido assediado pelo apetite melodioso dos trópicos.

Qualquer observador podia conduzir reação insular. Como momentos similares são de ouro, não dei trabalho ao francês enquanto cantiga “Pata Zéta Awá” de Sangazuza na voz de Helder Camblé em sequência exaltava outra melodia. Aproveitei e vendi meu pescado de verdejantes praias e beleza exótica. Homenzinho deliciado no seu telemóvel, não só deixou garganta às moscas, mas achou estranho nome do país jamais curtido no seu vocábulo.

Levantando poeiras no ar, retirei proveito ao dia de Camões e partilhei-lhe Língua Portuguesa através do espetacular festival de 2018, em Holanda. Ao meio da cantiga cadenciada por palmas e coro da Humanidade, YouTube já brilhava azulado olhar do indivíduo vendo público europeu rendido e a transpirar-se ao som apaixonante e disponibilizado no roteiro internacional de “África Negra – Madalena + AfricanMusicFestival”.

Não pude resistir por mais dias sem ceder à circunstância, desaparecimento físico no mês da África do gigante Homem, vir aqui ao jeito continental com tristeza tirar cantiga num pé de África Negra com “Madalena, Madalena Meu Amor” por São Tomé e Príncipe, apresentando à família e aos familiares do General João Seria, as mais sentidas condolências.

Embaixador General João Seria, Descanse em PAZ ETERNA!

José Maria Cardoso